Coreia do Norte lança dois mísseis antes do início de exercícios militares de grande escala entre EUA e Coreia do Sul após 5 anos

Coreia do Norte dispara dois mísseis de submarino horas antes de exercícios militares conjuntos dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, que devem ser os maiores em cinco anos. A Coreia do Norte confirmou que os testes buscavam confirmar a eficácia dos sistemas de armas e medir a capacidade ofensiva das unidades submarinas, e afirmou que responderá com “esmagadoras forças poderosas” aos “americanos imperialistas e suas forças fantoches sul-coreanas”. Segundo a imprensa estatal, o exercício foi bem-sucedido e os mísseis atingiram seus alvos não especificados nas águas da costa leste da Península Coreana.

A KCNA disse ainda que o lançamento permitiu “verificar a atual postura operacional dos meios de dissuasão nuclear em diferentes espaços”. Na quinta-feira passada, Pyongyang já havia lançado ao menos seis mísseis de curto alcance, acompanhados pelo líder Kim Jong-un e sua filha de 10 anos, cujo nome acredita-se ser Ju-ae, que recentemente tem aparecido ao lado do pai em eventos importantes.

As manobras militares conjuntas entre EUA e Coreia do Sul foram iniciadas nesta segunda-feira e devem durar seis dias. Os exercícios anuais chamados Freedom Shield incluirão demonstrações com artilharia no mar, na água e em terra e simulações de ataques com precisão em instalações norte-coreanas. A Coreia do Norte alertou que essas manobras são uma “declaração de guerra” e que responderá com “resposta sem precedentes” a qualquer ameaça.

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Os Estados Unidos têm cerca de 28 mil soldados na Coreia do Sul, onde mantêm duas grandes bases aéreas desde o fim da Guerra da Coreia, em 1953. A Coreia do Norte, por sua vez, posiciona grande parte dos seus um milhão de militares na região fronteiriça. As manobras desta semana devem ser as maiores desde 2018, o que pode gerar um endurecimento da retórica vinda de Pyongyang.

Desde que tomou posse em 2017, o ex-presidente Donald Trump prometeu atacar Pyongyang com “fogo e fúria” caso a Coreia do Norte ameaçasse os EUA. Apesar disso, ele e Kim Jong-un fizeram duas cúpulas, mas não houve resultados concretos para reverter o programa nuclear militar da Coreia do Norte, que iniciou seus testes atômicos depois de se retirar, em 2003, do Tratado de Não Proliferação Nuclear. O regime norte-coreano pediu que o desmantelamento do seu arsenal fosse acompanhado de medidas recíprocas de Washington, que se recusou a adotá-las.