Em Washington, Kamala diz que Trump é candidato do ‘caos e da divisão’ e promete governar ‘para todos os americanos’

Ato final de campanha marca tom decisivo de Kamala contra Trump

Kamala Harris faz discurso de campanha em Washington, DC, nos EUA, em 29 de outubro de 2024 — Foto: Hannah McKay/Reuters

Em seu último comício antes da eleição, Kamala Harris escolheu um local simbólico em Washington para se pronunciar e posicionar-se como uma alternativa clara a Donald Trump. No mesmo local onde o republicano reuniu apoiadores que culminaram na invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021, a democrata fez um discurso contundente, afirmando que promete ser “presidente para todos os americanos” e caracterizando Trump como o candidato do “caos” e da “divisão”.

Kamala descreveu a eleição como uma escolha fundamental para o futuro do país. “Esta eleição é mais do que uma escolha entre dois partidos e dois candidatos diferentes”, declarou. “É uma escolha entre um país baseado na liberdade para todos ou governado pela divisão e pelo medo”, afirmou, ressaltando a importância de superar a retórica polarizadora que atribui ao seu adversário.

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Com palavras fortes, ela aludiu a Trump como um “traidor mesquinho” e “projeto de ditador”, intensificando os ataques em um momento decisivo na campanha.

Propostas e diferenças em temas críticos

Harris aproveitou para defender direitos reprodutivos das mulheres, um tema em que Trump adotou uma postura conservadora, nomeando juízes para a Suprema Corte que acabaram por revogar o direito ao aborto no país. A candidata também falou sobre sua posição quanto à imigração, comprometendo-se a “remover rapidamente aqueles que chegam fora da lei”, tentando se posicionar contra o discurso republicano de uma “invasão de imigrantes ilegais”.

Outros temas como segurança, economia e igualdade de direitos também foram abordados por Kamala, que busca captar eleitores moderados e indecisos, especialmente em estados-chave, como Arizona e Geórgia.

  • Direitos das mulheres: Harris reafirmou seu compromisso com a defesa da autonomia feminina.
  • Imigração: Compromisso em manter a legalidade no processo migratório.
  • Unidade: Contraponto ao discurso polarizador de Trump.

Corrida acirrada nas pesquisas

Apesar das acusações e das diferenças, as pesquisas mostram um empate entre os dois candidatos, reforçando o cenário de incertezas. Ambos têm focado em sete estados decisivos para garantir o apoio de indecisos, já que esses eleitores poderão definir o desfecho da eleição, a apenas uma semana da votação.

Com o cenário indefinido, Kamala e Trump seguem intensificando agendas em regiões onde votos indecisos são cruciais. De acordo com John Mark Hansen, professor da Universidade de Chicago, “o clima é de total indefinição, e qualquer um pode vencer”.

Kamala tem tentado atrair grupos historicamente democratas, como mulheres dos subúrbios e minorias raciais, enquanto Trump tenta capitalizar com a base conservadora e eleitores de perfil mais tradicional.

Estratégia e apoio de personalidades

Kamala Harris e Donald Trump também contam com apoio de personalidades de peso. Kamala recebeu o apoio de Bruce Springsteen e dos Obamas, além da republicana Liz Cheney, que se opõe a Trump. Por outro lado, Elon Musk apoiou Trump, com sua rede social X sendo utilizada para divulgação de mensagens pró-republicanas.

Nos estados decisivos, Harris e Trump incentivam a votação antecipada, que costuma favorecer os democratas. No entanto, ela enfrenta o desafio do Colégio Eleitoral, que pode dar vantagem a Trump, mesmo que perca no voto popular.

Kamala espera reverter o padrão que beneficiou republicanos no passado, garantindo uma campanha bem organizada em campo, com forte arrecadação e apoio da base.

Expectativas e cenário futuro

Com grande divisão política nos Estados Unidos, qualquer resultado será histórico. A primeira mulher presidente pode ser eleita, ou Trump pode retornar ao poder. A apuração pode se estender por dias, e uma nova contestação de resultado por parte de Trump não está descartada.

A decisão final dependerá de quem conseguirá angariar o apoio dos eleitores indecisos nos últimos dias. Os Estados Unidos aguardam ansiosamente o que promete ser uma das eleições mais polarizadas e intensas das últimas décadas.

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