Esquerda surpreende e vence eleições legislativas na França

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Nova Frente Popular obteve o maior número de assentos na Assembleia Nacional da França, mas não tem força para governar sozinha

Em um resultado surpreendente, a coalizão de esquerda Nova Frente Popular obteve o maior número de assentos na Assembleia Nacional da França nas eleições legislativas. No entanto, a vitória não foi suficiente para garantir a maioria necessária para governar sem apoio de outras forças políticas.

O segundo turno, realizado neste domingo, registrou uma participação de quase 60% dos eleitores. Para a extrema direita, o resultado foi uma decepção, especialmente considerando o desempenho promissor no primeiro turno.

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Manobras eleitorais e a “frente republicana”

No primeiro turno, o partido Reunião Nacional, liderado por Marine Le Pen, havia saído à frente. Contudo, o segundo turno foi marcado por mais de 200 desistências de candidatos de esquerda em favor de candidatos do centro, em uma tentativa de impedir a vitória de rivais de ultradireita. Essa estratégia, conhecida como “frente republicana”, mostrou-se eficaz.

O resultado deste domingo indica que a frente republicana teve sucesso em barrar a ultradireita. A estratégia coordenada pelos partidos de centro e esquerda foi crucial para a distribuição final dos assentos na Assembleia Nacional.

Resultados detalhados e reações

A sigla vencedora, Nova Frente Popular, conquistou cerca de 182 assentos. A coalizão Juntos, do presidente Emmanuel Macron, ficou em segundo lugar com cerca de 168 cadeiras. Já a antes favorita Reunião Nacional, de ultradireita, terminou com 143 deputados, frustrando suas expectativas de crescimento significativo.

Em Paris, apoiadores da esquerda comemoraram os resultados preliminares do segundo turno. A vitória foi vista como uma resposta à crescente influência da extrema direita na política francesa.

Sistema eleitoral francês e confrontos

Na França, ao contrário do Brasil, o segundo turno das eleições pode ter mais de dois candidatos. O sistema eleitoral é distrital majoritário, o que significa que cada distrito elege um representante para a Assembleia Nacional.

Antes da divulgação do resultado final, no fim da noite pelo horário local, foram registrados alguns confrontos entre policiais e manifestantes na Praça da República, em Paris. Esses incidentes ressaltam a tensão e a polarização política que marcaram o período eleitoral.