Fernando Villavicencio, Candidato à Presidência do Equador, é Assassinado

Candidato em quinto lugar nas pesquisas é alvo de atentado mortal após comício em Quito. Além de candidato a presidência Fernando Villacencio tinha forte ativismo social e jornalismo

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O cenário político equatoriano foi abalado nesta quarta-feira (9), quando Fernando Villavicencio, um dos candidatos à presidência do Equador, foi assassinado com três tiros na cabeça. Villavicencio, que ocupava a quinta posição nas pesquisas de intenção de voto, encontrou seu trágico destino logo após sair de um comício na cidade de Quito. A notícia deixou a nação em choque e levanta questionamentos sobre a segurança dos políticos em meio à acirrada corrida eleitoral.

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Fernando Villavicencio em encontro político em Quito, Equador, em 9 de agosto de 2023 — Foto: REUTERS/Karen Toro

Villavicencio, que tinha 59 anos e uma trajetória marcada pelo jornalismo e ativismo social, havia se tornado um nome importante no cenário político equatoriano. Sua morte violenta ocorreu após o comício, quando disparos foram ouvidos por participantes da campanha. A tragédia foi confirmada por seus assessores, e vídeos do atentado circulam em suas redes sociais, evidenciando o impacto devastador do evento.

O candidato, que vinha se destacando em meio à diversidade de concorrentes, encontrava-se em quinto lugar segundo uma pesquisa recente divulgada pelo jornal “El Universo”. Sua crescente popularidade o posicionava como uma figura importante na disputa eleitoral marcada para o dia 20 de agosto. A notícia de sua morte prematura reverberou não apenas entre seus apoiadores, mas também entre a população equatoriana, gerando debates sobre a segurança dos envolvidos na corrida eleitoral.

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O atual presidente do Equador, Guillermo Lasso, expressou sua indignação diante do crime chocante. Através das redes sociais, Lasso declarou que o gabinete de segurança estava convocado para reagir a essa violência sem sentido. “O crime organizado chegou muito longe, mas o peso da lei vai cair neles”, afirmou o presidente, em um compromisso de buscar justiça para o assassinato de Villavicencio e levar os responsáveis à responsabilização.

Fernando Villavicencio, além de sua incursão na política, tinha uma carreira marcante no jornalismo e no ativismo social. Entre 2021 e 2023, ele atuou como deputado federal, dedicando-se a causas indígenas e dos trabalhadores, além de assumir uma posição de liderança sindical. Seu ativismo o colocou em choque com o ex-presidente Rafael Correa, levando-o a ser condenado por injúria em 2014. A condenação veio após ele afirmar que Correa havia ordenado um ataque armado a um hospital policial durante um período de rebelião dos policiais.

As ameaças à integridade de autoridades no Equador não são um fenômeno isolado. Funcionários do Conselho Nacional Eleitoral relataram recentemente ameaças de morte, um indicativo preocupante do clima político do país. Diana Atamaint, presidente da instituição, alertou para a exposição dos servidores públicos a ameaças e violência política, incluindo insultos nas redes sociais. Esse contexto de tensão política e insegurança lança uma sombra sobre o processo democrático.

A violência no Equador tem raízes complexas, incluindo o crescente problema do narcotráfico. Nos últimos anos, a nação enfrentou diversos episódios violentos ligados ao tráfico de drogas, o que resultou não apenas em mortes, mas também em ameaças a candidatos e figuras públicas. O aumento da criminalidade levou a uma taxa de homicídios em constante crescimento, gerando preocupações sobre a estabilidade e segurança no país.

Com a data das eleições gerais se aproximando, o Equador enfrenta um momento crucial em sua trajetória política. O país está programado para eleger presidente, vice-presidente e parlamentares em 20 de agosto. O presidente Guillermo Lasso tomou medidas excepcionais ao dissolver a Assembleia Nacional como resposta à “crise política grave e comoção interna”. Essa decisão resultou em eleições antecipadas e ocorreu paralelamente a um processo de impeachment direcionado a Lasso, destacando a turbulência política que assola a nação.

O assassinato trágico de Fernando Villavicencio ressalta não apenas os desafios enfrentados pelos políticos e autoridades no Equador, mas também a necessidade de um ambiente político seguro e transparente. A nação aguarda respostas sobre a motivação por trás desse ato brutal e o impacto que terá no processo eleitoral e no futuro político do país.

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