O Governo dos Estados Unidos indicou nova embaixadora para ocupar o posto diplomático no Brasil. Elizabeth Frawley Bagley passará a chefiar a embaixada norte-americana em Brasília e comandar as relações diplomáticas entre os dois países.
Para a confirmação do posto, a indicação precisa ser apreciada e confirmada pelo Senado norte-americano. A embaixada não informou quando a votação deverá ocorrer. O partido Democrata possui, atualmente, 48 cadeiras no Senado, contra 50 do Partido Republicano. Entretanto, os dois senadores independentes da casa também apoiam Joe Biden, e a presidente da casa – que possui poder de desempate em votações acirradas – é a vice-presidente Kamala Harris, o que garante, na prática, maioria ao governo atual. Haverá eleições para o Senado norte-americano em novembro – as chamadas eleições mid-term.
Bagley é advogada e diplomata. Atualmente é diretora de uma empresa de telecomunicações no estado do Arizona. A única experiência como embaixadora foi no comando da representação diplomática dos EUA em Portugal.
A diplomata trabalhou como conselheira de secretários de Estado durante os governos democratas de Bill Clinton e Barack Obama. Durante a carreira diplomática, também ocupou postos de representante especial para a Assembleia das Nações Unidas e de parcerias globais.
Na avaliação da professora de relações internacionais da Pontifícia Universidade Católica do do Rio de Janeiro (PUC-RJ) Ana Garcia, a mudança tem que ser vista no contexto de rearrumação do governo de Joe Biden para enfrentar desafios no combate à pandemia, recuperação econômica e na política externa.
“No caso do Brasil, a mudança da embaixadora vem no ano eleitoral, e isso não é irrelevante no campo das relações exteriores. O Brasil é um país fundamental para os americanos no continente, porque é um país que ainda consegue ter força diplomática frente à China, algo que em outros países da América Latina tem sido difícil”, analisa.
A professora acrescenta que Elizabeth Bagley é bem situada dentro do Partido Democrata e tem grande histórico no setor privado. “O governo brasileiro deverá ter nessa nova embaixadora uma figura importante de referência para a aproximação com os Estados Unidos”, concluiu.
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