Queda Trágica de Avião Abala Estrutura do Grupo e Relações com Putin
O líder proeminente do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigozhin, juntamente com outras nove pessoas, encontrou seu trágico destino em um acidente de avião nos arredores de Moscou, como confirmado pelo governo russo. A notícia da morte foi inicialmente veiculada pelo canal afiliado ao grupo no Telegram e mais tarde corroborada pela Autoridade Russa de Aviação Civil, instituição equivalente à Anac no Brasil.
A bordo da aeronave, além de Prigozhin, estava Dmitry Utkin, também um comandante do grupo Wagner, que, infelizmente, não sobreviveu ao acidente. A lista das vítimas foi divulgada pela Agência Federal de Transporte Aéreo e inclui ainda nomes como Sergei Propustin, Evgeny Makaryan, Alexandre Totmin, Valeriy Chekalov, Nikolai Matuseev, Aleksei Levshin, Rustam Karimov e Kristina Raspopova. O avião, que se suspeita ter sido abatido pelas forças russas, transportava figuras proeminentes do grupo Wagner.
A figura de Yevgeny Prigozhin, 62 anos, emergiu repetidamente nos noticiários, não apenas por seu papel no cenário de combate na Ucrânia, mas também por liderar uma milícia paralela com influência em conflitos globais. Nascido e criado em São Petersburgo, à semelhança do presidente Vladimir Putin, Prigozhin destacou-se como uma presença notável no campo de batalha, recrutando prisioneiros russos para compor as fileiras do grupo Wagner.
A presença do líder paramilitar ganhou notoriedade devido aos contratos de fornecimento de alimentos de sua empresa de catering, a Concord, ao Kremlin. Por décadas, Prigozhin foi conhecido como o “chef de Putin”, estreitando ainda mais seus laços com o presidente russo.
Contudo, a relação de Prigozhin com Putin sofreu um revés significativo em junho deste ano, quando ocorreu uma cisão entre o grupo Wagner e o presidente russo, outrora aliados fortes. Mercenários ligados ao grupo tentaram um motim contra o governo russo, marchando em direção a Moscou e chegando a menos de 200 quilômetros da capital antes de recuarem sob ordens de Prigozhin. A situação culminou em negociações intermediadas pelo governo de Belarus, como confirmado pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
O desfecho trágico da vida de Yevgeny Prigozhin marca o fim de uma era marcada por influência política e militar nos cenários globais. Sua morte representa não apenas uma perda para o grupo Wagner, mas também para as dinâmicas geopolíticas em que esteve envolvido. A queda do avião e a perda de vidas importantes deixam questionamentos sobre o futuro do grupo mercenário e suas relações com o Kremlin, uma vez que o líder outrora próximo a Putin encontra-se agora nas páginas da história.