Invasão de Israel no Líbano Começa com Ataques Limitados ao Hezbollah

Tropas libanesas se retiram da fronteira sul do país

A esperada invasão terrestre de Israel no Líbano parece ter começado nesta terça-feira (1°), quando os militares israelenses anunciaram que as tropas iniciaram ataques “limitados” contra alvos do Hezbollah na área da fronteira. O anúncio foi feito em um comunicado oficial, no qual as forças israelenses afirmaram que os alvos estavam localizados em vilarejos próximos à fronteira que representavam “uma ameaça imediata” às comunidades israelenses no norte de Israel. Os militares destacaram que a Força Aérea e a artilharia estavam apoiando as operações com “ataques precisos”.

Moradores locais da cidade libanesa de Aita al-Shaab relataram bombardeios pesados e o som de helicópteros e drones sobrevoando a área. A situação se intensificou após semanas de crescente tensão e ataques aéreos, que resultaram em um aumento significativo no número de civis deslocados e mortos.

Preparativos e Movimentação das Forças

Na segunda-feira (30), o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, conversou com chefes de conselhos locais no norte de Israel, informando que a próxima fase da guerra ao longo da fronteira sul do Líbano começaria em breve. O objetivo declarado é trazer de volta os israelenses que fugiram dos foguetes do Hezbollah durante quase um ano de hostilidades. Durante uma reunião com os soldados, Gallant assegurou que “usaremos todos os meios que forem necessários – suas forças, outras forças do ar, do mar e em terra. Boa sorte”.

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Fontes de segurança libanesas relataram que as tropas libanesas se retiraram de posições ao longo da fronteira sul do Líbano, movendo-se cerca de cinco quilômetros ao norte. No entanto, um porta-voz do Exército libanês não confirmou nem negou essa movimentação. Historicamente, o exército libanês tem se mantido à margem dos principais conflitos com Israel e, durante o último ano de hostilidades, não disparou contra as forças israelenses.

Impactos e Reações à Escalada do Conflito

A recente escalada da violência culminou com a morte do chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, na sexta-feira, um golpe significativo tanto para o grupo militante quanto para seu apoiador, o Irã. Este evento ocorre após duas semanas de intensos ataques aéreos israelenses, que eliminaram vários comandantes do Hezbollah, mas também resultaram em cerca de 1.000 civis mortos e forçaram um milhão de pessoas a deixar suas casas, segundo dados do governo libanês.

O Ministério da Saúde do Líbano informou que pelo menos 95 pessoas foram mortas e 172 ficaram feridas em ataques israelenses nas últimas 24 horas, abrangendo regiões do sul do Líbano, o leste do Vale de Bekaa e Beirute. A gravidade da situação humanitária tem gerado preocupações internacionais, com muitos temendo que o conflito possa se expandir ainda mais.

O Papel do Hezbollah e as Implicações Regionais

Em seu primeiro discurso público após a morte de Nasrallah, o vice-líder do Hezbollah, Naim Qassem, declarou que “as forças de resistência estão prontas para um engajamento terrestre”. Os ataques israelenses contra alvos militantes no Líbano fazem parte de um conflito mais amplo que abrange os territórios palestinos de Gaza e da Cisjordânia, envolvendo também grupos apoiados pelo Irã no Iémen e no Iraque. Essa escalada elevou os temores de que os Estados Unidos e o Irã possam ser arrastados para um conflito ainda mais abrangente.

A situação permanece volátil, com a comunidade internacional atenta às consequências de uma possível invasão terrestre israelense. A resposta do Hezbollah e a dinâmica nas fronteiras podem influenciar não apenas a segurança regional, mas também a estabilidade global.