O ex-presidente Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista ao vivo à CNN Brasil no Aeroporto de Orlando, onde embarcou no voo de retorno ao Brasil na noite desta quarta-feira (29). Na rápida conversa, Bolsonaro negou a intenção de liderar a oposição ao governo Lula.
“Não vou liderar nenhuma oposição. Vou participar com meu partido como uma pessoa experiente, com 28 anos de Câmara, quatro de presidente, dois de vereador e 15 de Exército. Para colaborar, com aqueles que assim desejarem, sobre como a gente pode se apresentar para manter o que tiver que ser mantido e mudar o que tiver de ser mudado”, afirmou Bolsonaro.
Apesar da declaração, a expectativa do Partido Liberal (PL), legenda do ex-presidente, é que ele atue como principal cabo eleitoral da legenda nos próximos anos. Segundo fontes próximas ao ex-presidente, Bolsonaro deverá fazer uma série de viagens pelo país para reforçar a base do PL e de partidos aliados, com o objetivo de ampliar a presença da sigla nas eleições de 2024 e 2026.
Além disso, Bolsonaro também falou sobre sua atuação no PL. Segundo o ex-presidente, ele pretende contribuir com sua experiência para ajudar a legenda e seus aliados.
“Vou ajudar o PL. O PL é um partido grande, que tem em torno de 40 deputados, 4 senadores, vários governadores e prefeitos. Não só para mim, mas para quem quiser, minha experiência pode ajudar, tanto na área parlamentar quanto na executiva”, afirmou Bolsonaro.
O ex-presidente também aproveitou a entrevista para criticar a atuação do governo Lula nos primeiros meses de gestão, afirmando que o país está “voltando para a velha política”.
“Nós estamos voltando para a velha política. Hoje mesmo, o presidente Lula esteve com o Renan Calheiros, que foi o grande algoz do governo Dilma. Está tudo se repetindo, é um jogo de cartas marcadas, que a gente sabe onde vai chegar”, disse Bolsonaro.
Após o retorno ao Brasil, Bolsonaro deverá assumir um cargo no PL e receberá um salário com nível de ministro. O ex-presidente também foi intimado a prestar depoimento à Polícia Federal na próxima quarta-feira (4) sobre o caso das joias presenteadas pelo governo da Arábia Saudita.