O primeiro debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, transmitido pela TV Globo, foi marcado por trocas de acusações e discussões acaloradas sobre temas cruciais para a cidade, como segurança pública, saúde e moradia. Participaram do debate Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito, Guilherme Boulos (PSOL), Tabata Amaral (PSB), Pablo Marçal (PRTB) e Datena (PSDB). Assista o debate na íntegra
Bloco 1: Primeiras Propostas e Troca de Acusações
Logo no início, os candidatos começaram a apresentar suas propostas para a cidade. O atual prefeito, Ricardo Nunes, destacou os avanços que a cidade teve em sua gestão, como o combate à pobreza e os investimentos em saúde pública:
“Durante minha gestão, São Paulo avançou em diversas áreas importantes, como a criação de políticas públicas para o combate à pobreza e melhoria na segurança pública. Ampliamos os atendimentos nos hospitais municipais e reforçamos o apoio às famílias de baixa renda com programas habitacionais.”
Entretanto, Guilherme Boulos foi rápido em contra-atacar, ressaltando o déficit habitacional que persiste em São Paulo e sua proposta para redistribuir imóveis abandonados no centro da cidade:
“Minha proposta é clara: vamos governar para as pessoas, especialmente aquelas que foram esquecidas pelos últimos governos. É inadmissível que São Paulo ainda tenha áreas com déficit habitacional, enquanto há imóveis abandonados no centro da cidade. Nosso plano é garantir que as famílias de baixa renda tenham acesso à moradia digna.”
Tabata Amaral focou em outro problema crônico da cidade: a saúde. Para ela, a desorganização do sistema de saúde público é inaceitável:
“Precisamos de uma política de saúde que realmente funcione. Não é possível que, em pleno século XXI, as pessoas ainda enfrentem filas gigantescas para conseguir uma consulta médica ou atendimento de urgência. Meu compromisso é com a reorganização do sistema de saúde, começando pelo fortalecimento da atenção primária.”
Pablo Marçal trouxe à tona um discurso de modernização, propondo o uso de inteligência artificial para melhorar áreas como a segurança pública e a geração de empregos:
“São Paulo precisa se modernizar. Nós vamos trazer a tecnologia para dentro da administração pública. Inteligência artificial será uma das ferramentas que utilizaremos para melhorar a segurança pública, reduzir a criminalidade e criar empregos. O futuro da cidade depende disso, e estamos preparados para fazer essa mudança.”
Por outro lado, Datena centralizou sua fala no combate à criminalidade, uma de suas bandeiras principais:
“O principal problema que precisamos resolver é a segurança pública. Como prefeito, minha prioridade será colocar mais policiais nas ruas, garantir mais investimentos em tecnologia para apoiar o trabalho das forças de segurança, e também trabalhar na prevenção do crime.”
Bloco 2: Polêmicas Pessoais e Defesas
O segundo bloco foi marcado por temas mais pessoais. Ricardo Nunes teve que responder sobre um boletim de ocorrência registrado por sua esposa em um período de crise no relacionamento do casal. O prefeito explicou que o episódio foi fruto de uma fase conturbada, mas garantiu que não houve violência:
“Naquele momento, minha esposa e eu passávamos por uma crise no nosso relacionamento. Estávamos separados, e esse boletim de ocorrência foi registrado em um momento de tensão. Quero deixar claro que nunca houve qualquer tipo de agressão. Hoje, estamos reconciliados, e seguimos em frente.”
Já Boulos foi criticado por Datena e Marçal sobre propostas tributárias que, segundo os adversários, aumentariam impostos. Em sua defesa, Boulos argumentou que suas propostas visam a redistribuição de renda, não o aumento de tributos:
“O que estamos propondo é uma política tributária mais justa. O IPTU nas áreas ricas da cidade será ajustado para que possamos diminuir a carga nas áreas mais periféricas. Isso não é aumento de impostos, é redistribuição de renda. As áreas que mais precisam terão uma alívio.”
Outro momento de tensão veio quando Pablo Marçal apresentou um exame toxicológico, defendendo-se de insinuações sobre uso de drogas feitas durante a campanha:
“Aqui está o meu exame toxicológico, realizado no dia 2 de outubro. Prova que nunca usei qualquer substância ilícita. É uma vergonha que o debate político tenha se rebaixado a esse nível de insinuações e fake news.”
Tabata Amaral, por sua vez, aproveitou o momento para lembrar de um episódio em que Marçal usou um gesso cenográfico durante um evento, questionando sua sinceridade:
“Pablo, três semanas atrás você estava usando um gesso cenográfico. Vamos falar sério sobre o que é compromisso com a cidade e parar de brincar com a política. São Paulo merece mais.”
Bloco 3: Segurança Pública e Economia
O terceiro bloco foi dominado pelo tema da segurança pública, com propostas divergentes entre os candidatos. Datena, mais uma vez, foi enfático ao propor medidas rígidas para combater a criminalidade, incluindo o aumento do efetivo policial e investimentos em tecnologia:
“A criminalidade está fora de controle. Precisamos urgentemente de mais efetivo nas ruas. Como prefeito, vou garantir que as forças policiais tenham os recursos necessários para combater o crime e proteger nossa população.”
Nunes defendeu que sua gestão já tem feito avanços nessa área:
“Implementamos diversas iniciativas para reduzir a criminalidade em São Paulo, como a ampliação do monitoramento por câmeras nas regiões mais perigosas da cidade. E vamos continuar trabalhando para garantir que São Paulo seja uma cidade mais segura.”
Boulos, por sua vez, defendeu que a segurança pública deve ser tratada com um enfoque social, buscando atacar as causas da criminalidade:
“Segurança pública não se resolve apenas com mais policiais nas ruas. Precisamos atacar as raízes do problema, que são a desigualdade social e a falta de oportunidades. Nossa proposta é investir em educação e programas de inclusão para reduzir a criminalidade a longo prazo.”
Marçal argumentou que a falta de inovação tecnológica é um dos principais problemas da cidade, e propôs o uso de inteligência artificial para melhorar a segurança pública:
“O problema é que os governos anteriores ficaram presos no passado. Não vamos resolver os problemas de hoje com as mesmas soluções de sempre. Com inteligência artificial e outras tecnologias, podemos reduzir drasticamente o tempo de resposta da polícia e prever crimes antes que eles aconteçam.”
Bloco 4: Encerramento e Considerações Finais
No bloco final, os candidatos fizeram suas considerações finais. Ricardo Nunes destacou os feitos de sua gestão e pediu confiança para continuar:
“Como prefeito, tenho orgulho do trabalho que realizamos até aqui. São Paulo é uma cidade que não para, e nós não podemos parar de melhorar. Com o apoio de todos vocês, continuaremos a fazer de São Paulo uma cidade mais justa, segura e eficiente.”
Guilherme Boulos reiterou que é necessário uma mudança radical na política da cidade:
“Não podemos continuar com os mesmos de sempre. Minha proposta é uma mudança real para São Paulo, com mais moradias, mais oportunidades e menos desigualdade. Precisamos governar para todos, não apenas para uma pequena parcela da população.”
Tabata Amaral prometeu melhorias nas áreas de saúde e educação:
“Se eleita, vou trabalhar para garantir que todos tenham acesso à saúde de qualidade e à educação que merecem. São Paulo tem um grande potencial, mas ainda falta muito para alcançarmos a cidade que sonhamos.”
Pablo Marçal finalizou destacando a importância de modernizar a administração pública:
“São Paulo precisa olhar para o futuro. Não podemos continuar com soluções antigas para problemas novos. Com inovação, tecnologia e coragem, podemos transformar essa cidade e dar uma vida melhor para todos os paulistanos.”
Datena encerrou reforçando seu compromisso com a segurança pública:
“Minha prioridade será garantir a segurança de todos os paulistanos. Vamos aumentar o número de policiais nas ruas, melhorar a tecnologia disponível para as forças de segurança e combater o crime com todas as ferramentas possíveis.”
