Cerca de 90 mil imóveis seguem sem energia elétrica na Grande SP, diz Enel

Pelo menos 90.830 imóveis permanecem sem energia elétrica nesta quarta-feira (16), após o forte temporal que atingiu São Paulo e a região metropolitana na semana passada. Alguns moradores estão enfrentando mais de 100 horas sem luz. A situação tem gerado revolta e cobranças por parte da população e das autoridades locais.

A concessionária Enel, responsável pelo fornecimento de energia, informou que 5,2 mil imóveis afetados estão relacionados a ocorrências registradas no temporal da última sexta-feira (11). Desde então, as equipes da empresa estão em campo para restabelecer o serviço. Segundo a Enel, o trabalho inclui resolver chamados de falta de luz que continuam sendo abertos pelos consumidores.

Autoridades cobram ações da Enel

Na terça-feira (15), o governador Tarcísio de Freitas se uniu ao prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, na defesa pela cassação da concessão da Enel. As autoridades alegam que a empresa não está cumprindo com as suas obrigações de forma eficaz, especialmente em situações emergenciais como essa.

Além disso, a Prefeitura de São Paulo entrou com uma ação judicial, exigindo que a concessionária restabeleça imediatamente o fornecimento de energia em todas as regiões afetadas. Caso não cumpra a determinação, a Enel poderá enfrentar uma multa de R$ 200 mil por dia.

O Ministério de Minas e Energia, por meio do ministro Alexandre Silveira, também pressionou a empresa, estabelecendo um prazo de três dias para a solução dos principais problemas.

Reforço de equipes internacionais

Diante da gravidade da situação, a Enel reforçou suas operações com equipes de outras distribuidoras de energia, como Light, Neoenergia e Elektro. Além disso, a empresa mobilizou profissionais de suas unidades no Chile, Itália, Espanha e Argentina, além de equipes do Rio de Janeiro e Ceará, para ajudar no trabalho de restabelecimento do serviço.

A companhia justificou o atraso nos reparos pela complexidade do dano causado pelo temporal, que afetou a infraestrutura elétrica em várias áreas de difícil acesso. No entanto, as explicações da Enel não foram suficientes para acalmar a população e os setores econômicos prejudicados.

Prejuízo bilionário para a economia

O apagão que atingiu São Paulo já causou prejuízos estimados em R$ 1,65 bilhão, segundo levantamento da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo). O setor de varejo foi um dos mais atingidos, com perdas de aproximadamente R$ 536 milhões. Já o setor de serviços acumula um prejuízo ainda maior, na casa de R$ 1,1 bilhão.

Esses valores incluem o faturamento que os setores deixaram de registrar durante os dias sem energia e as perdas brutas enfrentadas pelos estabelecimentos comerciais. A FecomercioSP também destacou que o impacto econômico pode aumentar ainda mais, uma vez que a Enel ainda não forneceu uma previsão clara para a normalização total do serviço.

Impacto nos setores de varejo e serviços

Os dados compilados pela FecomercioSP mostram que, nos fins de semana, o comércio paulistano tem um faturamento médio de R$ 1,1 bilhão por dia, enquanto os serviços registram uma receita de cerca de R$ 2,3 bilhões. Com a falta de energia, muitos estabelecimentos tiveram que interromper suas operações, acarretando um impacto significativo nas receitas.

Em nota, a FecomercioSP afirmou que está em diálogo com autoridades, como a Aneel e a Prefeitura de São Paulo, buscando soluções para minimizar os danos aos setores afetados. A federação também cobrou uma resposta imediata da Enel para a restauração do serviço.

População segue à espera de solução

Enquanto a disputa entre autoridades e a Enel se desenrola, a população continua a sofrer com os transtornos causados pela falta de energia. Moradores relatam dificuldades para armazenar alimentos, utilizar eletrodomésticos e manter atividades básicas em casa. Em algumas regiões, a situação se agrava com a falta de comunicação e a demora no atendimento de ocorrências.

A crise energética que atinge a maior metrópole do Brasil levanta questões sobre a infraestrutura e a capacidade de resposta da Enel em situações críticas. Com o tempo passando e os prejuízos aumentando, a cobrança por soluções imediatas se intensifica, enquanto milhares de famílias esperam pela retomada da normalidade.

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