Debate na RedeTV: Marçal volta a provocar Datena, troca gritos com Nunes e tenta desestabilizar Boulos

Pablo Marçal voltou a provocar Datena e Ricardo Nunes, acusando os dois de assediadores e agressores de mulheres no debate da Rede TV!

O primeiro debate após a cadeirada de José Luiz Datena (PSDB) em Pablo Marçal (PRTB), realizado pela Uol/RedeTV nesta terça-feira, 17, foi marcado por tensão nos primeiros blocos, mas a intensidade das discussões diminuiu com o passar do tempo, à medida que as acusações entre os candidatos se tornaram repetitivas. Diferente do debate anterior, realizado na TV Cultura, nenhum dos candidatos deixou seus púlpitos, e não houve ameaças de agressão física. No entanto, o clima continuou acalorado, especialmente nas provocações verbais de Marçal, que voltou a atacar seus adversários.

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Repetição de ofensas e novo embate com Datena

Marçal iniciou sua participação no debate com provocações diretas a Datena, repetindo a afirmação de que o apresentador “não é homem”, acusação que motivou a agressão no debate anterior. Ele ainda acusou Datena de se comportar como um “orangotango”, em uma tentativa clara de desestabilizar o adversário. Em resposta, o tucano afirmou: “Eu não bato em covarde duas vezes. Covarde apanha uma vez só”, deixando claro que não cairia mais nas provocações de Marçal.

Ao final do debate, Datena comentou que se sentiu provocado a repetir a cadeirada, mas conseguiu se conter. “Mantive a minha posição até pragmática demais, nem eu estava me reconhecendo ali. Fui obrigado a me segurar várias vezes”, declarou o apresentador e candidato à prefeitura.

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Debate foi realizado no estúdio da RedeTV em Osasco Foto: Taba Benedicto/Estadao Foto: Taba Benedicto/Estadao

Conflito entre Marçal e Nunes: gritos e acusações

Além de Datena, Marçal também teve um embate acalorado com o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). Durante uma discussão fora dos microfones, os dois candidatos trocaram gritos e ignoraram os alertas da mediadora para encerrarem o tempo de fala. Em um de seus ataques, Marçal chamou Nunes de “Bananinha” e “tchutchuca do PCC” [Primeiro Comando da Capital], além de mencionar um boletim de ocorrência por ameaça e violência registrado pela esposa de Nunes, Regina Nunes. O ex-coach ainda afirmou que o prefeito será preso em uma eventual gestão sua.

Nunes, por sua vez, rebateu dizendo que Marçal é um agressor e que “saiu da cadeia, mas a cadeia não saiu dele”. A referência foi à condenação de Marçal a quatro anos e cinco meses de reclusão por furto qualificado, em 2010, um tema que foi repetidamente lembrado pelos adversários ao longo do debate.

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Nunes também subiu o tom contra Marçal e os dois foram advertidos após ignorarem pedidos para parar Foto: Taba Benedicto/Estadao Foto: Taba Benedicto/Estadao

Boulos não cai nas provocações de Marçal

Marçal também tentou provocar Guilherme Boulos (PSOL), relembrando episódios em que o psolista foi preso e mencionando o caso da carteira de trabalho, uma polêmica envolvendo o adversário. No entanto, Boulos não cedeu às provocações e manteve a calma durante o debate. “Marçal, você vive de mentiras, ataca, mente e depois toma uma cadeirada. Não vou cair na sua provocação porque ela tem prazo de validade, só dura três semanas”, respondeu Boulos, em alusão à recente agressão de Datena contra o influenciador.

Ao longo do debate, Nunes e outros candidatos reforçaram as acusações contra Marçal, lembrando sua condenação passada. O ex-coach, no entanto, se defendeu afirmando que não tinha conhecimento dos crimes e que apenas prestava serviços de manutenção nos computadores utilizados pelo grupo que desviou dinheiro de bancos.

Marina Helena e Tabata Amaral em confronto direto

Outro destaque do debate foi o embate entre Marina Helena (Novo) e Tabata Amaral (PSB). A candidata do Novo sugeriu que Tabata estaria sendo beneficiada por viagens particulares em jatinhos para visitar seu namorado, o prefeito de Recife, João Campos (PSB). Tabata respondeu prontamente que a acusação era infundada e que processaria Marina por difamação. No entanto, ao final do debate, Tabata afirmou que não levaria a ação judicial adiante caso a adversária se retratasse publicamente.

Marina Helena, em coletiva de imprensa após o debate, não apresentou provas para sustentar sua acusação. Ela afirmou ter recebido a informação de “diversas fontes”, sem especificar nenhuma delas, e que caberia a Tabata provar que não utilizou o jato.

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Tabata anunciou processo contra Marina Helena. Foto: Taba Benedicto/Estadao Foto: Taba Benedicto/Estadao

Provocação com “Boules” e censura

Em um momento polêmico do debate, Marçal se referiu a Boulos como “Boules”, fazendo uma alusão à linguagem neutra, defendida por setores da esquerda. A mediadora interveio, pedindo que o influenciador chamasse o adversário pelo nome correto. Em protesto, Marçal colou um adesivo na boca, insinuando estar sendo censurado.

Boulos reagiu com ironia e manteve sua postura firme: “Você recebeu o apoio do Bolsonaro e usa o mesmo método de mentira dele”, acusou o candidato do PSOL, referindo-se ao estilo provocativo de Marçal.

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Marçal colou adesivo na boca após ser repreendido por chamar adversário de “Boules” Foto: Reprodução/RedeTV via YouTube

Propostas e novos ataques

Mesmo em meio às provocações, os candidatos discutiram algumas propostas para a cidade de São Paulo. Ricardo Nunes, por exemplo, destacou a proposta de gratuidade no transporte público para mães com filhos matriculados em creches municipais, enquanto Datena sugeriu a isenção de tarifas de ônibus para beneficiários do Bolsa Família.

Tabata Amaral, por sua vez, apresentou propostas para saúde mental, prometendo equipes especializadas em todas as unidades básicas de saúde e uma rede de apoio para mães atípicas. Marina Helena defendeu uma tarifa flexível para o transporte público, com redução de preços fora dos horários de pico.

Considerações finais e clima mais ameno

O debate, que começou com trocas de farpas e tensão entre os candidatos, terminou em um tom mais moderado, com os postulantes fazendo suas considerações finais e destacando suas principais propostas de governo. O confronto verbal entre Marçal e Datena foi o ponto alto da noite, mas, ao contrário do debate anterior, não houve incidentes físicos.

Marçal, que tentou se impor com provocações, acabou sendo lembrado por sua condenação passada e teve dificuldades em sustentar seu discurso ao longo do encontro. Já Datena e Boulos mantiveram a postura firme, sem ceder às provocações, enquanto Ricardo Nunes também se envolveu em discussões acaloradas, mas aproveitou o espaço para apresentar propostas concretas para a cidade.