Falta de energia em SP já causa prejuízo de R$ 1,6 bilhão para varejo e serviços, estima setor

A falta de eletricidade em São Paulo, que teve início na sexta-feira, 11, já resultou em prejuízos estimados em R$ 1,65 bilhão para os setores de varejo e serviços. Os dados foram divulgados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que analisou o impacto da interrupção no fornecimento de energia por três dias. Este valor representa a soma das perdas de faturamento que o comércio e os serviços deixaram de registrar durante o período de interrupção.

A situação permanece crítica, com cerca de 400 mil imóveis na Grande São Paulo ainda sem energia elétrica na tarde de segunda-feira, 14. Desse total, aproximadamente 280 mil residências e estabelecimentos estão localizados na capital paulista. A Enel, empresa responsável pela distribuição de energia na região, ainda não apresentou um cronograma concreto para a normalização do serviço.

Prejuízos e expectativas de aumento

A análise da FecomercioSP revela que o varejo paulista registrou prejuízos de pelo menos R$ 536 milhões durante a falta de energia, enquanto o setor de serviços contabilizou perdas que somam R$ 1,1 bilhão. O levantamento considera que, aos finais de semana, o faturamento do comércio em São Paulo gira em torno de R$ 1,1 bilhão por dia, enquanto os serviços chegam a R$ 2,3 bilhões em receitas diárias.

De acordo com a federação, os prejuízos podem aumentar, já que a Enel não forneceu informações suficientes sobre a recuperação do fornecimento de energia. A incerteza acerca da normalização do serviço gera ainda mais preocupação entre os comerciantes e prestadores de serviços que dependem da eletricidade para operar.

A FecomercioSP também destacou que a nova interrupção do fornecimento de energia evidencia a necessidade urgente de discutir uma Reforma Administrativa a nível nacional. A entidade argumenta que, apesar das altas arrecadações de tributos, o governo não consegue garantir serviços básicos de qualidade à população.

Investimentos e promessas da Enel

A Enel informou que está investindo cerca de R$ 6,2 bilhões em São Paulo entre 2024 e 2026, com foco na fortalecimento e modernização das redes elétricas. A empresa promete implementar medidas como a automação dos sistemas e a ampliação da capacidade de comunicação com os clientes. Além disso, a Enel se comprometeu a contratar 1,2 mil eletricistas próprios até março de 2025 para atuar diretamente em campo.

Esses investimentos visam melhorar a infraestrutura elétrica e prevenir novas interrupções, mas a confiança dos consumidores e empresários na empresa foi abalada pelas recentes falhas no fornecimento de energia. A população e os comerciantes esperam que essas medidas sejam efetivas e que a qualidade do serviço melhore significativamente.

Ação do governo e ressarcimento aos consumidores

O ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, anunciou que serão tomadas medidas para ressarcir os consumidores afetados pela falta de energia em São Paulo. Ele declarou que a AGU está avaliando a possibilidade de uma ação de dano moral coletivo contra a Enel devido à “prática reiterada” de interrupções no serviço.

Messias enfatizou que essa ação seria uma “camada a mais” além das multas que podem ser aplicadas, dependendo dos processos administrativos em andamento. O objetivo é garantir que os consumidores sejam compensados de forma justa e que a empresa tome medidas para evitar que situações semelhantes se repitam no futuro.

Conclusão

A crise de falta de energia em São Paulo traz à tona questões sobre a qualidade dos serviços prestados pelas concessionárias e a necessidade de um olhar mais atento por parte das autoridades sobre a gestão das infraestruturas essenciais. Com prejuízos que já ultrapassam os R$ 1,6 bilhão e um cenário de incertezas, a população aguarda soluções rápidas e efetivas.

 

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