Em primeiro confronto direto em debate, candidatos à Prefeitura de São Paulo trocam acusações sobre prisões e investigações.
Acusações de corrupção dominam o debate
Pablo Marçal (PRTB) e Ricardo Nunes (MDB) protagonizaram momentos de tensão durante o debate da TV Record no sábado, 28. Marçal, em seu primeiro embate direto com Nunes, focou em acusações sobre o envolvimento do prefeito no escândalo conhecido como “Máfia das Creches”. A denúncia gira em torno de supostos repasses irregulares da Prefeitura de São Paulo para entidades responsáveis pela gestão de unidades de educação infantil.
Durante o debate, Marçal afirmou que acompanhava o caso de perto e pediu explicações ao prefeito. “Não quero ser injusto com você, mas existe pagamento no seu nome e no nome de familiares. Queria que você desse uma explicação. Nós estamos mostrando a pessoa que toca a prefeitura”, declarou o candidato goiano, aumentando o clima de confronto.
A Polícia Federal investiga Nunes por suspeitas de lavagem de dinheiro relacionadas ao esquema. No entanto, o prefeito foi rápido em negar as acusações e aproveitou o momento para atacar o passado de Marçal, citando suas condenações na justiça.
Nunes rebate com condenações de Marçal
Ricardo Nunes não deixou as acusações sem resposta e destacou o histórico criminal de Pablo Marçal, mencionando um processo que levou o candidato a ser preso em 2005 e condenado por furto qualificado em 2010. “Olha, Pablo Henrique, quem fugiu da polícia foi você. Fugiu pela sua condição de ter integrado uma das maiores quadrilhas desse país para poder roubar dinheiro de pessoas humildes pela internet”, retrucou Nunes.
O prefeito não parou por aí, chamando Marçal de “mentiroso contumaz” e acusando-o de tentar manipular eleitores com informações falsas. A troca de farpas entre os dois candidatos deu o tom do debate, que se manteve acalorado até o fim do primeiro bloco.
A estratégia de Nunes foi clara: rebater os ataques com críticas contundentes ao caráter de Marçal, ao mesmo tempo em que minimizava as investigações que pairam sobre sua própria gestão.
Confronto físico mancha campanha
O clima já tenso entre os candidatos ganhou uma dimensão mais grave na última segunda-feira, 23, quando um membro da equipe de Marçal agrediu o marqueteiro de Nunes, Duda Lima. O videomaker de Marçal desferiu um soco em Lima, que resultou em um descolamento de retina. O marqueteiro precisará de tratamento médico devido ao incidente, que adicionou um novo capítulo de violência à corrida eleitoral.
Até o momento, Marçal evitou comentar diretamente sobre o caso de agressão durante o debate, enquanto Nunes pediu respeito e uma campanha pacífica. Esse episódio pode influenciar a imagem pública de ambos os candidatos, já que a violência política vem sendo fortemente criticada por eleitores paulistanos.
Impacto na campanha e próximos passos
Com as eleições se aproximando, o embate entre Pablo Marçal e Ricardo Nunes parece estar longe de ser resolvido. O debate acirrado e as acusações mútuas podem refletir uma campanha cada vez mais polarizada, com ambos os candidatos tentando desacreditar o outro.
Marçal aposta em trazer à tona investigações contra Nunes para questionar sua integridade, enquanto o prefeito utiliza as condenações passadas de Marçal como um escudo contra os ataques, reforçando sua própria imagem de liderança firme.
O eleitorado de São Paulo acompanha de perto as trocas de acusações, e os próximos debates serão cruciais para ambos os lados. A campanha de Nunes tentará se afastar das investigações federais, enquanto Marçal precisará lidar com as consequências do episódio de agressão em sua equipe.