Ministério Público de SP pede abertura de inquérito policial eleitoral contra Marçal

Investigação envolve a divulgação de um documento falso afirmando que Boulos teria usado cocaína

Os candidatos Pablo Marçal (PRTB) e Guilherme Boulos (PSOL) durante debate na TV Globo, em 3 de outubro de 2024. — Foto: Fabio Tito/g1
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O Ministério Público de São Paulo solicitou neste sábado (5) a abertura de um inquérito policial eleitoral para investigar uma publicação do candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), nas redes sociais. A postagem envolvia um receituário médico falso, que sugeria que o também candidato Guilherme Boulos (PSOL) teria feito uso de cocaína. Em resposta ao caso, a Justiça Eleitoral determinou a suspensão do perfil no Instagram de Marçal, que já foi removido do ar.

A polêmica começou com a divulgação do documento, que incluía alegações graves sobre a saúde mental e o uso de drogas por parte de Boulos. No entanto, o candidato do PSOL negou veementemente as acusações, afirmando que o médico que assinou o documento faleceu há dois anos, tornando a falsidade do receituário evidente.

Boulos nega acusação e aponta falsificação

Em vídeo divulgado nas redes sociais, Guilherme Boulos desmentiu o conteúdo do documento e destacou que o médico responsável pela assinatura já está morto há dois anos. Ele também insinuou que o proprietário da clínica mencionada na receita teria laços de amizade com Marçal, o que reforça a hipótese de falsificação.

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“O parceiro dele falsificou o documento usando o CRM de um médico que faleceu há dois anos, para evitar qualquer responsabilização”, declarou Boulos. O candidato também afirmou que, no dia mencionado no receituário, ele estava em uma ação social na comunidade do Vietnã, distribuindo cestas básicas, o que comprova sua presença pública em outra atividade.

No suposto receituário, Boulos teria sido encaminhado a um psiquiatra devido a um “surto psicótico grave”, com menção a “ideias homicidas” e “agitação”. Além disso, foi relatado que o documento continha informações sobre um quadro de confusão mental e delírio persecutório, o que acentuou a gravidade das alegações feitas contra ele.

Inquérito e investigação já estão em andamento

Com a situação ganhando repercussão, o Ministério Público de São Paulo solicitou formalmente a abertura de um inquérito policial para apurar a origem e a divulgação do documento falso. A Polícia Federal, por sua vez, também abriu uma investigação paralela e já está trabalhando no caso.

De acordo com o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), o registro do médico mencionado no documento encontra-se inativo desde 2022. Informações complementares obtidas pelo portal R7 apontam que o nome do médico aparece como “falecido” no sistema do Conselho Federal de Medicina.

Justiça Eleitoral ordena exclusão de postagens

Em paralelo às investigações, o TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) determinou a exclusão das publicações de Pablo Marçal nas plataformas Instagram, TikTok e YouTube. A decisão foi proferida pelo juiz Rodrigo Marzola Colombini, que avaliou como plausíveis as alegações de falsificação de documento e as ligações entre o dono da clínica e o candidato.

“A falsidade do documento, a proximidade do proprietário da clínica com Pablo Marçal e o uso de um CRM pertencente a um médico já falecido apontam para a gravidade do caso”, disse o juiz. Com isso, o TRE ordenou a remoção imediata dos vídeos e conteúdos que mencionavam as acusações falsas, além de estipular que Marçal apresente sua defesa dentro de dois dias.

Liminar acata parcialmente pedido de Boulos

A ação movida por Guilherme Boulos pedia a exclusão completa das redes sociais de Pablo Marçal, além da proibição de criação de novos perfis até o término das eleições. No entanto, o juiz deferiu apenas parte do pedido, restringindo a decisão à remoção dos vídeos específicos que continham o conteúdo falsificado.

Além disso, o magistrado não aplicou a suspensão total das redes sociais de Marçal, mas enfatizou que as plataformas devem monitorar e excluir rapidamente qualquer conteúdo relacionado ao documento falso até o fim do período eleitoral.

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