Moraes Intima Marçal a Prestar Depoimento em Até 24 Horas

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, intimou o candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), a prestar depoimento no prazo máximo de 24 horas. A decisão é motivada pelo uso contínuo da rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, durante o período em que estava proibido por ordens judiciais.

De acordo com a decisão, compartilhada com a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, há indícios de abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação. Marçal teria continuado a utilizar a plataforma mesmo após o bloqueio, que foi ordenado em um contexto de disseminação de desinformação nas eleições de 2024.

Monitoramento pela Polícia Federal

A Polícia Federal informou que, desde o bloqueio da plataforma, vem monitorando a atividade de contas de figuras públicas e que, recentemente, identificou o uso da conta @pablomarcal para postagens sobre sua campanha. Entre essas publicações, destacou-se um laudo falso que acusava o adversário político Guilherme Boulos (PSOL) de uso de drogas.

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O ministro Alexandre de Moraes destacou que a conduta de Marçal representa uma “afronta à legitimidade e normalidade do pleito eleitoral”, citando que o candidato incorreu em abuso do poder econômico. Moraes ainda mencionou a possibilidade de cassação do registro ou diploma e inelegibilidade como consequência para esses atos.

Laudo Falso Contra Boulos

O caso mais recente envolve a divulgação de um laudo médico falso por Pablo Marçal. No documento, Marçal insinuava que Boulos teria consumido cocaína, uma acusação que repercutiu negativamente nas redes sociais e foi rapidamente desmentida pela Justiça Eleitoral. A Polícia Federal abriu inquérito para investigar a falsificação do documento.

O laudo, que teria sido assinado pelo médico José Roberto de Souza, foi usado como prova para acusar Boulos. No entanto, verificou-se que o médico faleceu em 2022, e sua filha, Aline Souza, confirmou que a assinatura no documento não corresponde à verdadeira. A Justiça Eleitoral determinou a remoção do conteúdo das plataformas Instagram, TikTok e YouTube.

Falsificação e Outras Irregularidades

Diversas irregularidades foram identificadas no laudo, incluindo erros grotescos, como o número de RG de Boulos, que apresentava um dígito a mais, e a escrita incorreta do nome da clínica: “Mais Consulta”, quando o correto seria “Mais Consultas”. Além disso, foi detectado que a assinatura no documento é incompatível com a do médico original, conforme relato de sua filha, que possui a assinatura autêntica tatuada nas costas.

Outro fator que reforça a suspeita de falsificação é o registro inativo de José Roberto Souza no Conselho Federal de Medicina, bem como a utilização de resultados de exames antigos, que coincidem com um documento divulgado em uma reportagem de 2019 sobre exames toxicológicos no Rio Grande do Sul.

Repercussões Eleitorais

A sequência de acusações e irregularidades tem gerado grande impacto na campanha eleitoral de Pablo Marçal. Além da possibilidade de inelegibilidade, o candidato enfrenta um desgaste considerável perante o público e seus eleitores. Com o envolvimento da Polícia Federal e do TSE, o caso pode resultar em punições severas.

A atuação de Alexandre de Moraes reflete o esforço contínuo do STF e das autoridades eleitorais para garantir a integridade das eleições de 2024 e combater a disseminação de fake news e desinformação.