Quando volta a energia em SP? Enel afirma que trechos inteiros da rede precisam ser refeitos para restabelecer o abastecimento

Após tempestade, mais de 1,35 milhão de clientes ainda estão sem eletricidade

A cidade de São Paulo foi gravemente impactada por uma tempestade na sexta-feira, deixando 2,1 milhões de clientes da Enel sem energia. Mesmo após 24 horas do incidente, 1,35 milhão de consumidores ainda estavam sem eletricidade. A concessionária, responsável pela distribuição de energia na região, afirmou que a restauração completa do serviço exige a reconstrução de trechos inteiros da rede elétrica.

Em resposta às reclamações e à notificação do Procon-SP, que busca esclarecer os esforços da empresa, a Enel emitiu um comunicado mencionando a implementação de um plano emergencial para acelerar os reparos. A empresa informou que está trabalhando “dia e noite” para restabelecer a energia nas áreas afetadas.

Impacto dos ventos recordes e danos à rede elétrica

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os ventos que atingiram a zona sul da capital chegaram a 107 km/h, um recorde desde o início dos registros sistemáticos. A força dos ventos, combinada com chuvas moderadas, derrubou árvores e postes, causando interrupções em diversas regiões, especialmente na zona oeste e sul de São Paulo.

Os municípios mais impactados fora da capital incluem Taboão da Serra, com 91 mil clientes sem energia, Cotia, com 79,8 mil, São Bernardo do Campo, com 70,4 mil, e Santo André, com 66,6 mil. A Enel afirmou que equipes extras estão sendo deslocadas para essas áreas, visando acelerar o processo de recuperação.

Esforços de recuperação e mobilização de técnicos

Para tentar resolver o problema com maior rapidez, a Enel destacou 1.600 técnicos para atuar nas áreas mais atingidas e espera mobilizar um total de 2.500 profissionais, incluindo equipes adicionais vindas do Rio de Janeiro e Ceará. A concessionária ainda não forneceu detalhes sobre os bairros específicos mais afetados, nem sobre as subestações que enfrentam maiores dificuldades de reparo.

Na noite de sexta-feira, alguns clientes das zonas sul e oeste de São Paulo foram informados que a energia seria restabelecida em até seis horas. No entanto, em bairros como Vila Mariana e Paraíso, essa previsão não foi cumprida, gerando ainda mais insatisfação entre os moradores.

Bairros mais afetados e resposta do Procon-SP

Entre os bairros que mais sofreram com a falta de energia estão Santo Amaro, Jardim São Luís, Socorro, Pinheiros e Vila Andrade. A Enel possui 144 estações de transformação em São Paulo, mas ainda não detalhou quais dessas estações estão mais comprometidas.

A concessionária tem até segunda-feira para responder às solicitações do Procon-SP, que busca entender por que, apesar dos alertas meteorológicos, a estrutura de resposta da empresa não foi capaz de evitar um colapso tão grande. O órgão de defesa do consumidor também quer explicações sobre o tempo de resposta e a logística envolvida na mobilização de técnicos de outros estados.

Reflexos na economia local e comparações com o apagão de 2023

Além dos transtornos para os consumidores residenciais, o apagão impactou o comércio da cidade. Muitas lojas e restaurantes ficaram fechados no sábado, período de grande movimento. Alguns empresários abriram seus estabelecimentos apenas para mover produtos refrigerados para outras unidades.

A situação traz à memória o apagão de novembro de 2023, quando outra tempestade severa deixou milhões sem luz, afetando principalmente os bairros da periferia como Itapecerica da Serra e Taboão da Serra. Até o momento, a Enel não divulgou comparações diretas entre o apagão atual e o de 2023.

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