Nomes dos três presos na operação constam da delação de Ronnie Lessa
Clayton Lima | Nitro News Brasil 24/03/2024, 22:39
Rio de Janeiro, 24 de março de 2024 – Os irmãos Domingos Brazão e Chiquinho Brazão, juntamente com o delegado Rivaldo Barbosa, foram detidos neste domingo, apontados como mandantes do atentado que resultou na morte brutal da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em março de 2018. As prisões ocorreram no Rio de Janeiro, de forma preventiva, durante a Operação Murder, Inc., deflagrada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e Polícia Federal (PF).
Segundo informações obtidas na delação de Ronnie Lessa, executor do crime, os três detidos teriam sido os responsáveis por ordenar o assassinato de Marielle Franco. A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e marca um avanço significativo nas investigações desse caso que chocou o Brasil.
A família Brazão é parte de um influente grupo político no estado do Rio de Janeiro. Domingos Brazão, ex-deputado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), atualmente é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), cargo do qual foi afastado em 2017 após sua prisão na Operação Quinto do Ouro, sob a acusação de corrupção. Seu irmão, Chiquinho Brazão, é deputado federal pelo partido União Brasil, e também atuou como empresário e comerciante. O delegado Rivaldo Barbosa, por sua vez, ocupava o cargo de chefe da Polícia Civil à época do atentado contra Marielle Franco e agora desempenha a função de coordenador de Comunicações e Operações Policiais da instituição.
Os três suspeitos já foram conduzidos para a Superintendência da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, onde permanecerão à disposição da justiça enquanto prosseguem as investigações.
A operação realizada hoje também incluiu 12 mandados de busca e apreensão, direcionados à sede da Polícia Civil do Rio de Janeiro e ao Tribunal de Contas do Estado. Documentos, celulares e computadores pertencentes aos presos foram confiscados e encaminhados para análise na sede da Polícia Federal do Rio de Janeiro. As investigações apontam que o assassinato de Marielle Franco está diretamente ligado à expansão das milícias no Rio de Janeiro, evidenciando a complexidade e a gravidade do caso.
Em uma entrevista concedida ao UOL em janeiro deste ano, Domingos Brazão afirmou não conhecer e não se recordar da vereadora Marielle Franco. Por sua vez, Chiquinho Brazão divulgou uma nota em 20 de março, após as especulações sobre seu envolvimento no crime, afirmando estar surpreso com as acusações e ressaltando que seu relacionamento com Marielle sempre foi cordial e amistoso.
A prisão dos suspeitos representa um passo importante no desdobramento desse caso emblemático e amplamente acompanhado pela opinião pública. A expectativa agora é que a justiça seja feita e que todos os responsáveis sejam devidamente responsabilizados pelos terríveis acontecimentos que resultaram na morte de Marielle Franco e Anderson Gomes.