Chuva causou alagamentos, deslizamentos e a morte de 233 pessoas
Há exatamente um ano, Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, enfrentou uma das maiores tragédias da sua história. Em apenas seis horas, a cidade recebeu um volume de chuva equivalente ao esperado para todo o mês de fevereiro. O resultado foram alagamentos, deslizamentos de terra e a morte de 233 pessoas. Ainda hoje, Petrópolis se recupera das consequências desse evento.
No centro histórico, as principais praças e vias foram recuperadas, permitindo que os comerciantes retomassem os negócios. Porém, em outras áreas da cidade, como o Morro da Oficina, os estragos ainda são visíveis. Em vários pontos, só restam escombros de casas. Moradores que ainda permanecem nas encostas vivem permanentemente assustados, especialmente em dias de chuva.
A presidente da Associação de Moradores do Morro da Oficina, Ana Lúcia Chandrette, perdeu amigos soterrados e diz que nunca mais conseguiu viver em paz na comunidade. As obras de contenção e drenagem no local só começaram em janeiro deste ano e ainda não foram concluídas, o que tem gerado insatisfação entre os moradores.
Enquanto isso, os comerciantes tentam retomar suas atividades, mas o medo ainda é frequente. Renan Souza, dono de uma loja de produtos para animais, viu seu estabelecimento ser invadido pela correnteza da água durante a chuva e ficar coberto pela lama. Ele conseguiu reerguer o negócio com a ajuda de clientes e fornecedores, mas a preocupação com as enchentes persiste.
A prefeitura de Petrópolis está dividindo as obras em três etapas, com a segunda ainda em fase de licitação. A demora tem gerado críticas por parte dos moradores que se sentem abandonados pelas autoridades. A tragédia da chuva de um ano atrás continua presente em Petrópolis, mas os moradores seguem lutando para se recuperar e reconstruir suas vidas.