Bruno e Dom: Justiça manda soltar Colômbia, apontado como mandante das mortes de indigenista e jornalista

Ele foi preso em flagrante no dia 8 de julho ao se apresentar na PF com documentos falsos

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Rubens Villar Coelho, conhecido como ‘Colômbia’ é apontado como chefe do esquema de lavagem de dinheiro do narcotráfico por meio da pesca ilegal no Vale do Javari Divulgação

A Justiça Federal do Amazonas autorizou, na última quinta-feira, a soltura de Ruben Dario da Silva Villar, o Colômbia, preso desde o dia 8 de julho, suspeito de chefiar uma quadrilha de pesca ilegal na reserva indígena Vale do Javari, no Amazonas. Ele é apontado como suposto mandante do crime contra o indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, assassinados a tiros quando voltavam de uma viagem pelo rio Itacoaí, no dia 5 de junho, após uma emboscada.

A decisão é da Vara Federal Cível e Criminal de Tabatinga. Ruben Villar ficará em liberdade provisória, submetido a medidas cautelares e mediante o pagamento de fiança a ser estipulada. A defesa de Colômbia, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal foram procurados, mas ainda não se manifestaram.

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Apesar das acusações, Colômbia, cuja nacionalidade é colombiana, foi preso ao se apresentar à PF como Rubens Villar Coelho, de nacionalidade peruana, com documentos falsos, durante depoimento. Ele foi preso em flagrante pelo delegado da PF, Ramón Santos Morais.

Colômbia é apontado po indígenas como o mandante das mortes de Bruno e Dom. Ele também é suspeito de usar o esquema da pesca ilegal de pirarucu, tracajás e animais de caça para lavar dinheiro do narcotráfico.

Continuam presos ainda Amarildo Costa de Oliveira, conhecido como “Pelado”, réu confesso do crime. Além de Amarildo, outros dois suspeitos do crime estão presos em Manaus: Jeferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha”, e Oseney da Costa de Oliveira, o “Dos Santos”, irmão de Amarildo.

Entenda o caso

 

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O desaparecimento foi revelado pelo GLOBO e confirmado pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), região com a maior concentração de povos indígenas isolados do mundo, no dia 6 de junho. O indigenista Bruno Araújo, que acompanhava o jornalista britânico, era alvo constante de ameaças pelo trabalho que vinha fazendo junto aos indígenas contra invasores na região, pescadores, garimpeiros e madeireiros.

A PF também investiga se um esquema de lavagem de dinheiro para o narcotráfico por meio da venda de peixes e animais pode estar relacionado ao desaparecimento da dupla.

O GLOBO apurou que apreensões de peixes que seriam usados no esquema foram feitas recentemente por Bruno Pereira, que acompanhava indígenas da Equipe de Vigilância da União dos Povos Indígenas do Javari (Unijava). As embarcações levavam toneladas de pirarucus, peixe mais valioso no mercado local e exportado para vários países, e de tracajás, espécie de tartaruga considerada uma especiaria e oferecida em restaurante sofisticados dentro e fora do país.

A ação de Pereira contrariou o interesse do narcotraficante conhecido como “Colômbia”, que tem dupla nacionalidade brasileira e peruana. Ele usa a venda dos animais para lavar o dinheiro da droga produzida no Peru e na Colômbia, que fazem fronteira com a região do Vale do Javari, vendida a facções criminosas no Brasil. Há suspeita de que ele teria ordenado a Amarildo da Costa de Oliveira, o Pelado, a colocar a “cabeça de Bruno a leilão”.

Fonte: O Globo

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