Especialista em aviação cívil diz que aeronave pode não ter caixa-preta
Acidente grave vitimou Marília Mendonça e mais quatro pessoas na tarde da última sexta-feira (05), de novembro. O avião que levou a cantora partiu de Goiânia e tinha como destino a cidade de Piedade de Caratinga que fica na região norte de Minas Gerais. Por volta das 16h00 a aeronave tentou fazer o pouso no aeroporto da cidade sem sucesso. Segundo informações da CEMIG (companhia de energia elétrica de Minas Gerais) a empresa recebeu a denúncia que a cidade de Piedade de Caratinga e Ipanema teve o seu fornecimento de energia interrompido. A empresa foi buscar investigar o que houve e confirmou que aconteceram avarias em uma torre de alta tensão que faz a ligação energética de Piedade de Caratinga as cidades vizinhas. Técnicos da empresa soube no entanto que a causa da falta de energia teria sido a colisão de uma aeronave de pequeno porte com a torre de alta tensão.
Logo após a colisão o piloto teria continuado o voo e tentou fazer um pouso forçado, em uma região rural onde fica um condominio próximo a cidade de Piedade de Caratinga. Porém o avião perdeu um dos motores e acabou caindo em parafuso no solo. Moradores da região disseram que viu uma peça da aeronave se desprender no ar. O avião caiu em uma cachoeira e com a colisão violenta no solo vitimou a cantora Marília Mendonça, seu tio, o produtor e mais duas pessoas o piloto e o co-piloto.
Caixa-preta da aeronave de Marília Mendonça foi encontrada?
A caixa-preta da aeronave ainda não foi retirada do local pelas autoridades competentes que vão investigar as causas do acidente e o que levou o avião perder altitude e cair. Porém um especialista ouvido pela GloboNews disse que a aeronave que transportava a cantora Marília Mendonça pode não conter uma caixa-preta. O uso da caixa-preta não é obrigatório para aviões de pequeno porte. O registro de aúdio das aeronaves é muito importante quando se quer investigar as causas de um acidente aéreo. Pois elas oferecem informações importantes as autoridades como a conversa da torre com os pilotos e também a conversa entre eles e outro dados importantes ficam gravados na caixa-preta de uma aeronave. A chamada caixa preta é um aparelho usado para registrar as mensagens enviadas e recebidas entre o avião e os operadores nas torres de controle. Também são gravadas as condições da embarcação, conversas dentro da cabine dos pilotos, entre outros dados.
Morte de Marília Mendonça
O avião que levava a artista e parte da equipe para Caratinga saiu do Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, às 13h02, segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Foram quase 2h30 de voo. Os primeiros chamados para o Corpo de Bombeiros dão conta de que a aeronave caiu por volta das 15h30.
A queda ocorreu em um curso d’água, próximo ao acesso pela BR-474. “Assim que as equipes chegaram, iniciaram os trabalhos de desencarceramento e de acesso forçado. Quando adentraram no interior da aeronave, verificaram existência de alguns óbitos, incluindo o óbito da cantora Marília Mendonça, que faria um show hoje na parte da noite na cidade de Caratinga”, afirmou o porta-voz da Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, tenente Pedro Aihara.
Vídeos compartilhados pelas redes sociais mostraram os primeiros momentos logo após o acidente, antes mesmo da chegada dos bombeiros. “Não tem ninguém falando lá dentro, não?!”, pergunta um homem, ao que outro responde: “Tem não”. Os envolvidos chegam a falar que não conseguiam abrir a porta da aeronave.
As imagens, também disseminadas pela internet, mostraram uma aeronave bastante danificada.
Acidente perto do destino
Faltavam apenas 4 km para a cantora Marília Mendonça e sua equipe concluírem a viagem entre Goiânia e Caratinga, no Vale do Rio Doce, de um total de 1.180 km, quando o avião em que todos estavam caiu em Piedade de Caratinga, cidade vizinha onde aconteceria o show de Marília.
“Infelizmente, essa aeronave, quando estava próxima do aeroporto, teve dificuldade para aterrissar e tentou um pouso forçado”, informou o capitão Jefferson Luiz Ribeiro, chefe da comunicação da Polícia Militar na cidade mineira. O avião colidiu com as pedras da cachoeira e todos os cinco tripulantes morreram no local.
Onde foi o acidente(foto: Soraia Piva/Artes EM/D.A Press )
“O resgate é muito difícil em função do local em que a aeronave se encontra, um local de muitas pedras, muita água, inclusive correndo o risco da aeronave descer mais por conta da correnteza”, acrescentou o militar.
Posteriormente, já à noite, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) informou que o avião atingiu fios de alta tensão da empresa antes do acidente.
Tio e produtor mortos
A assessoria da cantora confirmou, no fim da tarde, a morte de todos os cinco tripulantes. “Com imenso pesar, nós, assessoria de imprensa da cantora Marília Mendonça, confirmamos a sua morte, de seu produtor Henrique Ribeiro, seu tio e assessor Abicieli Silveira Dias Filho, do piloto e co-pilto do avião”, disse, em trecho de comunicado.
Henrique Ribeiro, também conhecido como Henrique Bahia, também foi produtor do cantor Cristiano Araújo, morto em um acidente de carro em junho de 2015.
As autoridades conseguiram retirar todos os corpos no início desta noite. A aeronave foi guiada pelo piloto Geraldo Martins de Medeiros, natural de Floriano, Sul do Piauí, mas que morava em Brasília. Ele deixa esposa e dois filhos. O copiloto era Tarciso Pessoa Viana.
Moradores veem queda
Antes de cair na cachoeira na zona rural de Piedade de Caratinga, o avião da cantora Marília Mendonça sofreu uma avaria. É o que relata um morador do condomínio fechado onde fica o local do acidente.
“Primeiro, soltou uma peça do avião, que caiu perto da casa de um morador do condomínio. Em seguida, o avião começou a girar no ar em formato de parafuso. Bateu de bico na cachoeira. Ouvi um grande estrondo”, contou o morador. Segundo ele, o barulho da queda foi “parecido com o de uma forte batida de carro”.
Outra residente do local, também sob anonimato, contou à reportagem que, além do estrondo, houve temor por explosão em virtude do impacto causado pela queda. Ela endossou a versão de que a aeronave deu “rodopios” no céu antes de despencar.