Luís Armond, que investiga a divulgação de vídeo em que o vereador faz sexo com uma menor de idade, foi ouvido no Conselho de Ética, nesta terça-feira, 21
O delegado Luís Armond, que apura a divulgação de um vídeo do vereador Gabriel Monteiro (PL) em que ele faz sexo com uma menor, afirmou em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara de Vereadores, nesta terça-feira, 21, que o parlamentar cometeu crime sexual. Convocado como testemunha de defesa no processo de cassação contra Monteiro, Armond declarou ainda que o vereador também pode ser acusado de outros crimes, como expor pessoas em situação de vulnerabilidade, coação no curso do processo, peculato e utilização de servidores públicos para produzir vídeos e publicar em redes sociais.
Para o relator do procedimento sobre a quebra de decoro parlamentar na Casa, o vereador Chico Alencar (PSOL), a estratégia de Monteiro de convocar o delegado acabou se transformando em um verdadeiro “gol contra”. Monteiro será ouvido na próxima quinta-feira, 23, às 13h. “O delegado confirmou que o fato de Gabriel Monteiro ter filmado e armazenado uma relação sexual com uma menor por si só já atenta violentamente contra o Estatuto da Criança e do Adolescente. O caso está parcialmente concluído com a aferição de crime sexual”, declarou Chico Alencar.
O Conselho também ouviu o policial militar Pablo Foligno, que participou de um vídeo no qual um morador em situação de rua é cooptado, em troca de receber um pagamento, para simular o furto da bolsa de uma moça que estaria esperando um Uber, na Lapa, no Centro. Após a simulação, o suposto assaltante é abordado, de imediato, pelo parlamentar – sempre em frente às câmeras. Pouco tempo depois, Foligno chega a mostrar uma arma e empurra o “ladrão”, que cobra indignado o dinheiro que lhe teria sido prometido. “Não houve pagamento. Era um experimento contra o feminicídio. Só queria mostrar que basta oferecer algo que algumas pessoas se transformam em monstros para fazer mal às mulheres”, defendeu. O discurso de Gabriel Monteiro foi tratado com ironia por Chico Alencar. “Que bom que o vereador aderiu às causas igualitárias”, desdenhou.
Fonte: VEJA SP