Banco Digital Sediado em São Paulo Gera Preocupação em Correntistas com Aplicações Retidas às Vésperas do Natal
Clientes do Girabank, banco digital que já teve o influenciador Carlinhos Maia como sócio-fundador, estão enfrentando dificuldades para realizar saques e movimentar suas contas. Com mais de 29 milhões de seguidores nas redes sociais, Maia afirmou em suas plataformas digitais que se desvinculou da empresa há quase um ano, mas a insatisfação dos correntistas tem crescido, especialmente em relação à falta de suporte e comunicação com a instituição financeira.
Às vésperas do Natal, relatos nas redes sociais indicam que os correntistas estão com aplicações retidas, impossibilitados de realizar transferências de valores depositados no Girabank. O banco, situado na Zona Sul de São Paulo, não está sendo fiscalizado diretamente pelo Banco Central, o que tem gerado preocupação entre os usuários que confiaram na recomendação do humorista Carlinhos Maia.
A designer Bianca Souza Godoi, de 28 anos, compartilhou sua frustração ao tentar sacar parte de seus fundos para pagar contas essenciais. Grávida do segundo filho e desempregada, ela depositou R$ 10 mil no Girabank, toda a economia da família. No entanto, ao tentar realizar o saque, o aplicativo informou que a conta estava inativa, deixando-a sem recursos para as emergências.
Outra correntista, a aposentada Shirlei Rodrigues, também encontrou dificuldades ao tentar sacar valores de sua conta. Após diversas tentativas frustradas de realizar transferências, a conta foi misteriosamente desativada. Shirlei, juntamente com outras pessoas prejudicadas, pretende entrar com um processo contra o banco, alegando prejuízos e falta de suporte.
O Girabank acumula mais de 2.400 queixas na plataforma Reclame Aqui, e as redes sociais da empresa registram relatos semelhantes de clientes insatisfeitos, incapazes de recuperar o dinheiro investido.
Carlinhos Maia, em resposta às crescentes críticas, afirmou que a troca de donos da instituição está em andamento e que a empresa está resolvendo os problemas enfrentados pelos clientes. O humorista ressaltou que não possui mais vínculo com o Girabank desde seu desligamento, ocorrido há quase um ano, e assegurou que “ninguém está sendo roubado”.
Entretanto, a situação se agrava com a falta de fiscalização direta do Banco Central sobre o Girabank. A empresa, atualmente nas mãos de três empresas, não está listada no catálogo público de instituições financeiras reguladas pela entidade. O quadro societário inclui empresas sediadas em Alagoas e São Paulo, mas nenhuma delas é fiscalizada pelo BC.
A falta de resposta das empresas responsáveis pelo Girabank, assim como a ausência de informações claras sobre a relação com outras instituições reguladas, levanta questionamentos sobre a segurança e transparência do banco digital. O desfecho dessa situação preocupa os clientes, enquanto aguardam esclarecimentos das autoridades competentes.