Começam no próximo dia 10 as inscrições para o “Prix Photo Aliança Francesa”, que comemora dez anos de realização. O concurso nacional de fotografia da Aliança Francesa tem, este ano, o tema “Reflexos” e propõe a reinterpretação da essência da fotografia diante das transformações do mundo contemporâneo e dos desafios atuais. O certame vai oferecer ao primeiro colocado uma viagem a Paris com direito a acompanhante. Os classificados nos três primeiros lugares participarão também de uma exposição coletiva na Galeria da Aliança Francesa Botafogo.
As inscrições ficarão abertas até as 23h59min do dia 10 de abril, através do ‘site’ www.prixphotoaf.com.br. O concurso é realizado pela rede das Alianças Francesas do Brasil, em parceria com a Air France e o Hotel Santa Teresa, é está aberto a fotógrafos profissionais e amadores, maiores de 18 anos de idade, de qualquer nacionalidade, desde que residam no Brasil, e que apresentem propostas artísticas originais ou experimentais, abstratas ou documentais. Não poderão participar fotos premiadas em outros concursos.
O segundo lugar do certame ganhará um fim de semana para duas pessoas no Santa Teresa Hotel RJ MGallery e o vencedor do prêmio do júri popular receberá bolsa de um semestre na Aliança Francesa. O concurso conta com apoio cultural do Foto Rio, um dos mais importantes festivais de fotografia da América do Sul, entre outras instituições.
De acordo com informação da assessoria de imprensa da Aliança Francesa do Rio, depois do preenchimento ‘online’ da ficha de inscrição, os participantes deverão enviar também, pela internet, série de dez fotografias coloridas ou preto e branco, sob o tema “Reflexos”, ilustrado por uma fotografia da série “Terra d’água”, do fotógrafo francês Benoît Fournier, ganhador da edição de 2013 . As imagens poderão ser manipuladas ou não e deverão ser no tamanho máximo de 2mb, em formato JPG, e obtidas por meio de equipamento analógico (câmera de qualquer formato, pinhole ou outra técnica) ou digital.
Reflexos
O tema “Reflexos” da décima edição do “Prix Photo Aliança Francesa” foi inspirado na obra do fotógrafo Benoît Fournier e destaca que o reflexo está nas bases da fotografia, desde sua invenção no século 19, quando era necessário captar o reflexo da luz sob uma superfície para se produzir uma foto. Mesmo depois do aparecimento das câmeras digitais e ‘smartphones’, a fotografia continua sendo feita de reflexos. E no atual momento de pandemia global do novo coronavírus, ela segue sendo um instrumento importante não só para retratar, mas sobretudo denunciar os impactos da pandemia nas sociedades e em suas relações.
No ano passado, sob o tema Fronteiras, o concurso recebeu mais de 200 coleções de trabalhos de participantes inscritos. O vencedor do júri oficial em 2019 foi o cearense Osmar Gonçalves dos Reis Filho, com a série “A Sobrevivência dos Vagalumes”. Na segunda colocação, ficou a carioca Kitty Paranaguá, com a série “Tempo Presente”. O prêmio do júri popular foi concedido à Giuliana Mota de Mesquita, de Nova Friburgo (RJ), pelo ensaio “Olhar Fronteiriço”. Ganhou destaque ainda o ensaio “Favelicidade”, de Luiz Baltar (RJ), ao qual foi conferida menção honrosa. Em razão da pandemia de covid-19, a 9ª edição do Prix Photo Aliança Francesa ganhou exposição virtual interativa dos vencedores, que está disponível no ‘site’ www.prixphotoaf.com.br.
O júri do 10º Prix Photo Aliança Francesa é composto por Benoit Capponi, fotógrafo, fundador e membro do conselho da Revista Francesa Halogénure, voltada para a fotografia analógica e processos experimentais; Erika Negrel, secretária geral do Réseau Diagonal, rede que reúne locais de exibição, prática e produção fotográfica na França; Erika Tambke, fotógrafa que integra a equipe de coordenação do FotoRio 2020 e coordenadora da Semana de Ocupação Visual/FotoRio desde 2019; Eugênio Sávio, professor de fotografia e fotojornalismo, fotógrafo na área editorial e organizador do Festival de Fotografia de Tiradentes; João Kulcsár, professor, autor e curador de exposições fotográficas; Marina Alves, fotógrafa e cientista social, professora de fotografia e componente da Comissão de Mulheres organizadora do Festival FotoRio 2018; e Nicolas Henry, fotógrafo francês, organizador do festival PhotoClimat.
Nas nove edições anteriores, foram premiados 35 fotógrafos, disse à Agência Brasil o novo diretor cultural da Aliança Francesa Rio de Janeiro, Quentin Richard. Também coordenador cultural das Alianças Francesas no Brasil, Quentin Richard revelou que pretende trazer inovação ao trabalho desenvolvido pela instituição, reforçando sua vocação como espaço de produção cultural e artística bilateral. “Para nós é importante imaginar a cocriação entre artistas franceses e brasileiros e, dessa forma, favorecer os vínculos culturais dos dois países”.
Segundo Richard, o importante é que haja uma mistura, um intercâmbio, entre as duas culturas. Está nos planos também do diretor cultural promover residências artísticas no Brasil, “para imaginar criações culturais conjuntas”. Além de iniciativas virtuais, Quentin Richard pensa também em organizar eventos presenciais, que garantam a presença segura do público, com critérios sanitários bem definidos e um número reduzido de pessoas, enquanto durar a pandemia do novo coronavírus. A Aliança Francesa está presente no Brasil há 135 anos, completados em 2020. (Alana Gandra)