Equipes Concluem Retirada de Corpos das 62 Vítimas do Acidente Aéreo em Vinhedo 29 Horas Após Queda do Avião

Trabalho Concluído em Vinhedo

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Acidente com avião em Vinhedo — Foto: Andre Penner/AP

A Defesa Civil Estadual confirmou a conclusão da retirada dos corpos das 62 vítimas do trágico acidente aéreo em Vinhedo (SP). O trabalho foi encerrado às 18h30 deste sábado, 10 de agosto. 34 corpos masculinos e 28 femininos foram removidos dos destroços da aeronave e enviados para a unidade central do Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo. A operação de remoção durou cerca de 29 horas, desde o momento da queda do avião.

Segundo a Defesa Civil, o IML Central recebeu 50 corpos até o momento, enquanto o restante está em trânsito para o local. A unidade continua com atendimento exclusivo às vítimas do acidente, e todas as equipes estão trabalhando intensamente para garantir a identificação e liberação dos corpos às famílias. O trabalho foi meticuloso e envolveu a colaboração de diversas equipes de emergência e especialistas.

Os familiares das vítimas foram acomodados em um hotel na região central de São Paulo. Trinta e oito famílias foram recebidas até as 18h30 e estão sendo atendidas no local pelo governo do estado. A Secretaria de Desenvolvimento Social monitora os atendimentos, oferecendo suporte psicológico e orientações sobre a documentação necessária para a identificação dos corpos.

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Identificação das Vítimas

A identificação dos corpos está em andamento e é um processo complexo. Até as 18h30, dois corpos foram oficialmente reconhecidos. No total, 30 corpos foram necropsiados e radiografados. O Instituto Médico Legal (IML) Central está trabalhando com uma equipe de cerca de 20 médicos, além de especialistas em odontologia legal, antropologia e radiologia.

As equipes do IML estão realizando um trabalho minucioso para garantir que a identificação seja precisa e eficiente. As atividades incluem a análise de documentos médicos fornecidos pelos familiares e a coleta de materiais biológicos para exames genéticos, quando necessário.

A Defesa Civil informou que as demais ocorrências que seriam atendidas no local estão sendo direcionadas às unidades do IML nas zonas leste e oeste, que funcionarão 24 horas. O IML na zona norte também prestará apoio durante o dia para casos de clínica médica.

Infográfico mostra detalhes das buscas

Avanço na Investigação do Acidente

A investigação sobre a causa do acidente está avançando com a análise das caixas-pretas do avião. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Força Aérea Brasileira divulgou que os gravadores de voo (CVR e FDR) foram transferidos para o Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo (Labdata) em Brasília. Os trabalhos de preparação e degravação dos dados foram iniciados.

Os gravadores de voo são essenciais para a investigação, pois contêm informações cruciais sobre o desempenho da aeronave e as comunicações na cabine. O Cenipa pretende divulgar um relatório preliminar do acidente no prazo estimado de 30 dias. A análise das caixas-pretas inclui a revisão das atividades relacionadas ao voo, o ambiente operacional e os fatores humanos envolvidos.

Importância das Caixas-Pretas na Investigação

As caixas-pretas são dispositivos fundamentais para a investigação de acidentes aéreos. Elas foram inventadas na década de 1950 e são projetadas para registrar informações vitais sobre o voo. Embora o nome sugira que elas sejam pretas, as caixas-pretas são, na verdade, pintadas de laranja para facilitar a localização. Após o resgate, os dados são copiados para plataformas seguras e analisados para identificar irregularidades e causas potenciais do acidente.

Atualmente, as caixas-pretas utilizam memórias SSD (Solid-State Memory) para armazenar dados, substituindo as antigas conexões de fios. Elas são projetadas para resistir a forças extremas durante a queda. O Cenipa, referência internacional em investigações de acidentes aéreos, pode contar com a ajuda de fabricantes e agências internacionais, caso haja dificuldades na extração dos dados.

A análise das caixas-pretas envolve a decodificação dos arquivos brutos e a produção de gráficos que serão analisados pelos investigadores. Além disso, a revisão dos sons e ruídos captados pode revelar irregularidades e até mesmo explosões.

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Origem e Função das Caixas-Pretas

As caixas-pretas foram inventadas pelo australiano David Warren na década de 1950. Elas são essenciais para identificar as causas dos acidentes aéreos e ajudar na prevenção de futuros incidentes. As caixas-pretas não são realmente pretas, mas pintadas de laranja para serem facilmente localizadas em meio aos escombros.

Após o resgate das caixas-pretas, técnicos removem o material de proteção e limpam cuidadosamente as conexões para evitar a perda de dados. O arquivo de áudio e outros dados são baixados para uma plataforma segura, onde são decodificados e analisados. A análise cuidadosa dos sons captados pode revelar informações cruciais sobre o que ocorreu durante o voo.

As caixas-pretas modernas utilizam memórias SSD, substituindo os antigos métodos de armazenamento. O revestimento das caixas-pretas é projetado para resistir a forças extremas, mas não é prático revestir o avião inteiro com esse material devido ao peso. Os aviões são feitos de alumínio leve, reforçado com aço e titânio em áreas críticas para garantir a segurança e eficiência durante o voo.