O projeto do Museu da Herança Pan-africana no Mundo (Pan African Heritage World Museum) foi apresentado nesta terça-feira (9) pelo fundador e presidente da entidade, o professor ganês Kojo Yankah. A apresentação ocorreu na biblioteca da Fundação Cultural Palmares, em Brasília, e contou com a participação do presidente da entidade. O museu está em construção na cidade de Acra, em Gana, com inauguração física está prevista para 2025.
A versão online do museu já está disponível para navegação dos usuários. O internauta pode fazer um tour digital e acessar informações em diversos idiomas, inclusive em português. Desde 2010, o projeto reúne material fornecido por diversos países e organizações. O conteúdo está relacionado aos registros da presença de negros no mundo, com destaque às contribuições dos escravizados na construção das civilizações, sobretudo nas Américas.
A estrutura planejada do museu contará com uma biblioteca pan-africana e outra infantil; o Palácio dos Reinos Africanos (15 ancestrais e 15 atuais); o Parque Pan-Africano de Heróis e Heroínas; além de uma área destinada a plantas medicinais do continente, chalés, sala de conferências, praça de alimentação de culinária africana; um centro de inovação e um hall da fama. Nessa seção está prevista a representação do afro-brasileiro Zumbi dos Palmares.
O professor Yankah lamentou que nações africanas tenham se dividido no decorrer dos séculos por influência de colonizadores europeus e que, por isso, muitas tribos tenham lutado umas contra as outras. Para ele, o novo espaço terá a função de superar as diferenças e separações e será um local de peregrinação. “Nosso lema é curar, educar e inspirar”.
Yankah apontou para o potencial de contribuição ao museu dos brasileiros da diáspora africana, que poderão agregar informações ao museu.
Representantes
Quatro representantes da organização não governamental Friends of Congo (Amigos do Congo) estiveram presentes ao encontro desta terça-feira. Eles defenderam que o país africano foi o que influenciou na construção das civilizações atuais em todo o mundo.
O evento contou, ainda, com a presença da embaixadora de Gana no Brasil, Abena Busia, e com representantes de religiões de matriz africana.