Essa deve ser a segunda paralisação neste mês por falta de acordo sobre pagamento e benefícios. Prefeitura prevê suspender rodízio e liberar faixas e corredores de ônibus
RESUMINDO A NOTÍCIA
- Início da paralisação estava marcado para 0h quarta-feira (29)
- Sindicato afirma que fará “greve total”
- Trabalhadores cobram participação nos lucros e outros benefícios
- Prefeitura deve liberar automóveis em corredores e faixas exclusivas de ônibus
O Sindmotoristas, sindicato que representa motoristas e cobradores de ônibus da capital paulista, anunciou uma nova greve de ônibus a partir da 0h desta quarta-feira (29). A decisão ocorreu depois que uma reunião entre os trabalhadores e o sindicato patronal terminou sem acordo na tarde desta terça-feira (28).
Já são dois meses de negociação, com uma paralisação no último dia 14 que afetou 2,7 milhões de pessoas e causou transtorno a moradores da capital paulista.
“Os patrões não atenderam às reivindicações, e a greve é total”, afirmou ao R7 o presidente em exercício do Sindmotoristas (Sindicato dos Motoristas de Ônibus) de São Paulo, Valmir Santana da Paz. O posicionamento difere do que se verificou na última paralisação – na ocasião, o sindicato afirmava que realizaria a greve “com responsabilidade” para não prejudicar a população.
Também pesa contra a paralisação ampla a determinação judicial obtida pela Prefeitura de São Paulo. A liminar determina a manutenção de 80% da frota operando nos horários de pico e de 60% nos demais horários, sob pena de multa diária de R$ 50 mil.
No dia 14, os motoristas conseguiram o atendimento de uma de suas reivindicações algumas horas depois de desrespeitarem a determinação: o reajuste do salário de 12,47% retroativo desde maio. O gasto extra foi garantido pela prefeitura, que se comprometeu a liberar subsídios às empresas de ônibus para o pagamento dos trabalhadores. A greve foi então suspensa para que continuassem as negociações.
O sindicato dos motoristas argumenta que, nos dias seguintes, outros pedidos – como a hora de almoço remunerada, PLR (participação nos lucros) e plano de carreiras do setor de manutenção – continuaram a ser ignorados. Por isso, o grupo decidiu anunciar outra greve. Esses aspectos ainda continuavam em negociação entre trabalhadores e o sindicato patronal no TRT (Tribunal Regional do Trabalho).
Em nota, o SPUrbanuss (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros) também lamentou “mais uma greve com terríveis consequências para a mobilidade da população” e relembrou a determinação da Justiça referente à manutenção da frota.
A Prefeitura de São Paulo informou que o rodízio municipal estará suspenso caso a greve ocorra. Carros com placas finais 5 e 6 poderão circular pelo centro expandido a qualquer horário. As faixas exclusivas e corredores de ônibus ficarão liberados para circulação de carros de passeio enquanto durar a greve.
A prefeitura, por meio da SPTrans, empresa municipal que administra o serviço de ônibus na cidade, disse lamentar a decretação de greve de forma “inoportuna’ por parte do Sindicato dos Motoristas, antes mesmo do julgamento do mérito da negociação entre funcionários e o sindicato patronal pelo Tribunal Regional do Trabalho. O Executivo municipal solicitou a Justiça o aumento da multa diária de R$ 50 mil.
Fonte: R7