Motoristas e cobradores de ônibus em São Paulo decidem cancelar greve marcada para esta sexta-feira (01/12) após expectativa de audiência no TRT. Disputa interna na direção sindical e decisões judiciais impactam o transporte municipal. Prefeitura e sindicato patronal agem para evitar paralisação, destacando a ilegalidade da manifestação. Procuradoria-Geral do Município intervém, enfatizando a necessidade de resolução legal para discordâncias judiciais e preservação da ordem.
Os motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo decidiram cancelar a greve programada para esta sexta-feira (1º), assegurando o funcionamento normal do transporte na cidade. Essa reviravolta aconteceu devido à expectativa de uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) amanhã. Os membros da categoria estão aguardando uma decisão favorável ao recurso que visa manter as eleições sindicais, uma vez que a chapa 4, responsável pela convocação da greve, emergiu vitoriosa nas eleições.
Expectativas em Torno da Decisão Judicial
O diretor-executivo do sindicato, Nailton Francisco de Souza, compartilhou que a decisão final da Justiça está prevista até terça-feira. Em uma plenária realizada nesta noite, os motoristas optaram pelo recuo. A greve estava inicialmente planejada no contexto de uma disputa interna pela direção do SindMotoristas, relacionada à suspensão das eleições para a diretoria do sindicato. Na semana anterior, essa controvérsia já havia impactado o transporte municipal, com terminais fechados e incidentes, como um ataque a uma garagem.
Disputa Interna e Impacto na População
Integrantes da chapa vencedora passaram o dia em reuniões, aguardando a resposta da Justiça para a audiência que, eventualmente, foi marcada. A decisão de cancelar a greve foi motivada pela avaliação de que qualquer manifestação poderia prejudicar a população, refletindo a disputa interna da diretoria que tumultuou a cidade na semana anterior. O diretor-executivo do sindicato, Nailton Francisco de Souza, afirmou: “Nós íamos nos comparar a eles. Decidimos não fazer isso.”
Disputas Pós-Eleições e Decisões Judiciais
Após a vitória da chapa 4, três grupos perdedores solicitaram a suspensão do resultado, atendida pela Justiça, que também impôs uma multa de R$ 50 mil ao líder da chapa eleita, Edivaldo Santiago da Silva. Edivaldo venceu as eleições internas com 14 mil votos de um total de 20 mil. A posse da diretoria eleita estava prevista para esta sexta-feira (1º). A chapa 4 alega o cancelamento de audiências no TRT e reclamações sobre a condução do processo.
Contexto de Outras Greves e Intervenções da Prefeitura
Na terça-feira, paulistanos enfrentaram uma greve de metroviários e ferroviários, protestando contra a privatização do serviço. O transporte público foi afetado, com linhas do Metrô e da CPTM operando parcialmente ao longo do dia. Diante da iminência da greve de ônibus, a prefeitura solicitou à Justiça uma medida cautelar para impedir a paralisação, pedindo uma multa de R$ 1 milhão por dia. O sindicato patronal, SPUrbanuss, afirmou desconhecer os motivos da greve, destacando que se relacionada a “disputa interna sindical”, passageiros e empresas não deveriam ser prejudicados.
Ação da Procuradoria-Geral do Município
A Procuradoria-Geral do Município agiu para impedir a greve, argumentando que seria ilegal e abusiva, não sendo o meio adequado para discordar de uma decisão judicial. A entidade enfatizou a importância de combater tal decisão usando os meios legais disponíveis. Essa intervenção busca manter a ordem e minimizar impactos negativos na mobilidade e rotina dos cidadãos.