Não pode ser reconhecido apenas como uma vegetação de savana cinza. Na prosa, João Guimarães Rosa celebrou o Cerrado como um verdadeiro personagem, por exemplo, em Grande Sertão: Veredas (publicado em 1956). O escritor mineiro destacou, já naquela altura do século 20, que a profusão natural deveria ser especialmente protegida porque poderia estar ameaçada.
O oásis das veredas, área encharcada anunciada por buritis, não podia ser soterrada pelos latifúndios. Um bioma que não tem a mesma opulência de árvores altas como a Floresta Amazônica acaba não tendo a mesma visibilidade ou conhecimento da população. Como diz o poeta radicado no Cerrado de Brasília, Nicolas Behr: “Nem tudo que é torto é errado/ veja as pernas do Garrincha/ e as árvores do Cerrado”
A importância do bioma de árvores de raízes profundas, que está em 15 estados brasileiros, em 22% do território nacional e que alimenta oito das 12 grandes bacias hidrográficas brasileiras, pode ser mais conhecida em materiais jornalísticos e programas da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Especialistas ouvidos para estes materiais explicam que a vegetação do Cerrado absorve a água da chuva e a deposita em reservas subterrâneas, os aquíferos. Por isso, o bioma é considerado o berço das águas.
Há cinco anos, o programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, destacou Um gole de Cerrado, com ênfase para o fato que é no bioma em que nascem as águas das bacias dos rios Tocantins, Parnaíba e São Francisco. Ao mesmo tempo, alertava para os riscos de deterioração pela ocupação desordenada do solo e desmatamento por conta da construção de cidades e ferrovias, por exemplo, ou pelas atividades econômicas, como a agropecuária. O programa estimou que pelo menos 50% da vegetação nativa foi destruída desde os anos 1970.
Confira abaixo o programa na íntegra
A própria construção de Brasília, inaugurada em 1960 na área de Goiás, impactou o meio ambiente, o que ocorre também com a expansão de capitais. O Caminhos da Reportagem destaca soluções, como projetos de preservação e reflorestamento do cerrado. “O Cerrado tem 65 milhões de anos. De todos os ambientes da história recente do planeta, o cerrado é o mais antigo. Ele já atingiu seu clímax evolutivo. O que significa que, uma vez degradado, ele não se recupera nunca mais na plenitude da sua biodiversidade”, afirmou o antropólogo Altair Barbosa.
“O cerrado é um bioma dentro de vários biomas. Por exemplo: o buriti. Ele nasce nas veredas alagadas. A mangaba: nos altos de serra e no terreno arenoso. Então, o pacote tecnológico que você faz pra mangaba, não serve para o buriti. O que você faz pro buriti, não serve pra mangaba”, explicou, na ocasião, a engenheira agrônoma Elainy Pereira, que criou um bosque com espécies do Cerrado na cidade de Goiânia (GO).
Em 2015, o programa Repórter Brasil havia destacado um especial sobre crise hídrica no País, e a importância de projetos de preservação do Cerrado. Especialistas no tema explicaram qual é a relação entre o cuidado ambiental e a água que chega em nossas torneiras.
Assista abaixo ao programa Repórter Brasil
No acervo das Rádios EBC, o destaque ao bioma une os alertas pela preservação e ações concretas de soluções para as regiões. O Programa Tarde Nacional, por exemplo, destacou os mecanismos de monitoramento de fauna e flora no Jardim Botânico de Brasília, uma ação complexa e diária. Ouça abaixo.
Outros produtos sobre o meio ambiente podem ser visitados no programa Brasil Rural , da Rádio Nacional. Um dos exemplos é o trabalho realizado pela Associação de Coletores de Sementes da Chapada dos Veadeiros Cerrado de Pé, em São Jorge, região de Alto Paraíso (GO), que atua coleta de sementes e na comercialização direta.
É uma entidade que trabalha para a geração de renda para as famílias da comunidade, que incluem de assentamentos até o quilombo Kalunga. Ouça abaixo
Confira aqui outros materiais sobre o Cerrado no acervo das Rádios EBC
Leia também na Agência Brasil mais sobre o bioma
120 anos de Juscelino Kubitschek
Por falar em Cerrado, outra data que deve ser lembrada nesta semana é a de nascimento (há 120 anos) do ex-presidente Juscelino Kubitschek (1902 – 1976), que levou a capital para Brasília. No acervo das Rádios EBC, há relíquias históricas, como o episódio do Histórias do Frazão, em que ele canta “Elvira, escuta”, uma serenata à moda antiga.
Nesta semana ainda (no dia 16), outra data ligada ao meio ambiente é tema de reflexão: o Dia Internacional para a Proteção da Camada de Ozônio. Esse filtro natural interfere no nosso dia a dia. Na superfície terrestre, o ozônio contribui para agravar a poluição do ar das cidades e a chuva ácida. Mas, nas alturas da estratosfera (entre 25 e 30 km acima da superfície), é um filtro a favor da vida. Sem ele, os raios ultravioleta poderiam aniquilar todas as formas de vida no planeta. Saiba mais sobre o tema aqui.
Césio-137
Uma tragédia também deve ser lembrada nesta semana: o maior acidente radioativo brasileiro (com o Césio-137) completa 35 anos. Em 1987, a cidade de Goiânia viveu uma experiência trágica com quatro mortos e centenas de pessoas com sequelas por causa da radiação. Confira abaixo reportagem especial da TV Brasil.
Para saber mais sobre a tragédia radioativa, confira os materiais jornalísticos da EBC
Confira a lista semanal do Hoje é Dia com datas, fatos históricos e feriados
Morte do compositor e jornalista fluminense Cândido Dias da Cruz (45 anos) – ao lado de Haroldo Lobo, Benedito Lacerda e outros compositores, foi um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música (SBACEM), em 1946
Dia Nacional do Cerrado
Nascimento do médico e ex-presidente do Brasil Juscelino Kubitschek (120 anos)
Morte do escritor paraibano José Lins do Rego (65 anos)
Nascimento do judoca e campeão olímpico paulista Rogério Sampaio Cardoso (55 anos)
Morte do comediante e jurado pernambucano Pedro Ferreira dos Santos, o Pedro de Lara (15 anos)
Nascimento da atriz paulista Laurinda de Jesus Cardoso Baleroni, a Laura Cardoso (95 anos)
Nascimento do compositor paulista Doraci Aires de Arruda, o Aires (90 anos)
Morte do maestro inglês Leopold Stokowski (45 anos) – em 1940, gravou o disco “Native Brazilian Music”, reunindo sua orquestra e músicos brasileiros, como Cartola, Pixinguinha e Donga
Nascimento da jornalista e escritora paulista Helena Miranda de Figueiredo, a Tia Lenita (95 anos)
Acidente radioativo de Goiânia (35 anos)
Dia Nacional da Cachaça
Dia Nacional de Luta dos Acidentados por Fontes Radioativas – comemoração instituída pela Lei Nº 12.646 de 16 de maio de 2012; tem por fim marcar a data do início do acidente radiológico de Goiânia ocorrido a partir de 13 de setembro de 1987
Morte da atriz estadunidense e Princesa de Mônaco Grace Kelly (40 anos)
Morte da bailarina estadunidense Isadora Duncan (95 anos) – precursora da Dança Moderna
Lançamento do livro O Capital, obra-prima de Karl Marx (155 anos)
Dia Latino-Americano e Caribenho da Imagem da Mulher nos Meios de Comunicação – data consagrada em homenagem ao programa Viva Maria, produzido e apresentado pela jornalista e radialista Mara Régia, uma das brasileiras fundadoras da Rede de Jornalistas com Visão de Gênero das Américas, criada em 2016
Nascimento do ator e apresentador paulista Antônio Abujamra (90 anos)
Morte do cineasta fluminense Leon Hirzman (35 anos) – autor de filmes clássicos como “A Falecida”, “São Bernardo” e “Eles não usam Black-tie”
Dia Internacional da Democracia – data reconhecida pela ONU
Morte da cantora lírica estadunidense Maria Callas (45 anos)
Nascimento do cantor cearense Marcondes Falcão Maia, o Falcão (65 anos)
Greve de fome de Mahatma Gandhi em protesto contra separação de castas na Índia (90 anos)
Eleição de Oswaldo Aranha como Presidente da Assembleia Geral da ONU (75 anos)
Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio – data reconhecida pela ONU
Nascimento da jornalista carioca Fátima Bernardes (60 anos)
Morte do cantor e compositor fluminense Herivelto Martins (30 anos)
Assinatura da Constituição dos Estados Unidos (235 anos)