Informação começou a ser compartilhada em grupos de WhatsApp, no Facebook e no Instagram, mas tudo não passou de notícia falsa
Na noite desta quarta-feira (16/6), começou a circular nas redes sociais a notícia de que o autor da chacina em Ceilândia, Lázaro Barbosa, 32 anos, havia sido morto em uma troca de tiros com agentes das forças de segurança. No entanto, as polícias Civil e Militar do Distrito Federal e de Goiás desmentiram a informação. Até a última atualização desta reportagem, às 21h40, o psicopata continuava foragido.
“Lázaro ainda não foi encontrado. Permanece vivo e foragido da polícia. Todos os nossos esforços estão voltados, neste momento, para capturá-lo”, afirmou o delegado-geral da PCDF, Robson Cândido.
A PMDF também confirmou que a informação é inverídica.
A coalização reduziu as buscas ao suspeito em uma região de 10 quilômetros numa mata do município de Edilândia, no Entorno do DF. A caçada já dura oito dias e conta com a mobilização de mais de 200 homens.
Durante a fuga, Lázaro tem deixado um rastro de terror. Como o Metrópoles mostrou em primeira mão, um vídeo gravado na tarde dessa terça-feira (15/6) revela o momento em que policiais civis e militares encontram três pessoas da mesma família reféns do psicopata.
As imagens mostram pai, mãe e filha deixando uma mata fechada pelo leito de um rio. No momento em que eles são resgatados, ouve-se, pelo menos, quatro tiros disparados por Lázaro.
Os agentes das forças de segurança e as três vítimas tentam se abrigar das balas se jogando no chão.
Assista:
As imagens não mostram, mas antes de libertar os reféns, Lázaro trocou tiros com a guarnição, acertando de raspão o rosto de um policial militar de Goiás. Ele foi levado ao Hospital de Anápolis (GO), de helicóptero, medicado e já recebeu alta médica.
O Metrópoles falou com Paulo Henrique Siqueira, 28 anos, sobrinho de um dos reféns. Ele escutou do tio detalhes sobre como foram os momentos ao lado do homem que deixa um rastro de violência em Goiás enquanto tenta fugir da polícia.
“Quando ele [o Lázaro] chegou na chácara, a minha prima [a adolescente de 15 anos] conseguiu se esconder embaixo da cama e mandou mensagem para os policiais pedindo ajuda. Mas na mesma hora alguém ligou pra ela, aí o Lázaro conseguiu achar”, narra o familiar. Paulo Henrique afirmou que o suspeito chegou a dizer que iria matar a família.
“Às vezes ele falava que ia matar, às vezes falava que não ia matar. Ele amarrou todos com as mãos para trás e, enquanto estava correndo para fugir, falava que se não obedecessem ele matava, e que ele não errava nenhum tiro”, disse o rapaz.
Apesar do susto, não houve agressão física por parte de Lázaro. “Ele não chegou a bater em ninguém, o único momento em que tocou na minha prima foi pra tirar o casaco de frio dela, que era vermelho e chamava a atenção de longe”, explicou Paulo Henrique. Lázaro ainda jogou o celular de todos os reféns em um rio.
O secretário de Segurança de Goiás, Rodney Miranda, acredita que a família seria morta em um ritual satânico se não fosse a intervenção policial, pois todos estavam sem roupa e prestes a serem executados.
Antes de confrontar os policiais, o suspeito escondeu a família com folhas de bananeira, que ele mesmo cortou, para que os reféns não fossem avistados pelo suporte aéreo das forças de segurança. Lázaro ainda conseguiu estocar comida com a invasão à chácara dos Siqueira. “Antes da polícia chegar, meu tio disse que ele pegou 1 kg de comida”, afirmou o sobrinho.
Na manhã de terça, Lázaro chegou a pedir um prato de comida ao chacareiro Rosinaldo Pereira de Moraes, 55 anos, que trabalha na fazenda onde o criminoso foi flagrado por câmeras de segurança. O suspeito fugiu antes de conseguir o alimento.
“Pedi para ele aguardar eu prender os bezerros e trazer as vacas que iria arrumar um prato de comida para ele. Cheguei a falar que comida não se negava a ninguém. A minha intenção era dar a comida para despistar e segurar ele. Mas ele não esperou. Eu o vi saindo pela mata. É muito esperto”, disse o chacareiro.
Fonte: Metropoles