Linha de distribuição atingida por aeronave com Marília Mendonça está fora da zona de proteção do aeroporto de Caratinga, diz Cemig

Avião que caiu causando a morte da cantora e de outras quatro pessoas atingiu um cabo de uma torre de distribuição da companhia.

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Imagens divulgadas pela Cemig mostram as distâncias

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) disse neste sábado (6) que a linha de distribuição atingida pela aeronave que caiu em Caratinga, deixando a cantora Marília Mendonça e mais quatro pessoas mortas, está fora da zona de proteção do aeroporto da cidade, nos termos da portaria do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea).

A zona de proteção é a área de entorno sujeita a restrições para que aeródromos possam operar com segurança.

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A Cemig afirmou que “segue rigorosamente as Normas Técnicas Brasileiras e regulamentação em vigor em todos os seus projetos” e que “as investigações das autoridades competentes irão esclarecer as causas do acidente”.

Nesta sexta-feira (5), a companhia confirmou que o avião atingiu um cabo de uma torre de distribuição em Caratinga.

O Decea informou que os cabos não eram energizados e que eles não estavam no limite do Plano Básico de Proteção do Aeródromo, por isso, “não fizeram parte de análise, segundo os critérios da Organização de Aviação Civil Internacional”.

O departamento disse ainda que existia um aviso aos pilotos sobre os obstáculos e que era de conhecimento obrigatório para quem pretende operar no aeródromo de Caratinga.

A Aeronáutica apura diversas hipóteses para o acidente aéreo. O avião, um bimotor King Air da Beech Aircraft, fabricado em 1984, decolou de Goiânia e caiu em uma cachoeira a cerca de 2 quilômetros da pista onde faria o pouso, segundo a Polícia Militar de Minas Gerais. A aeronave tinha capacidade para 4,7 mil quilos e podia levar até 6 passageiros.

Informações preliminares relatadas por pilotos que sobrevoaram a região próximo ao momento do acidente e também de testemunhas são de que o avião “rasgou” fios de alta tensão.

Relatos indicavam riscos em região

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o avião de Marília Mendonça estava com a documentação em dia e tinha autorização para fazer táxi aéreo.

Nos meses anteriores ao acidente, outros pilotos haviam relatado aos órgãos aéreos da região que os fios elétricos poderiam atrapalhar o pouso no aeródromo de Caratinga. São relatos chamados Notam (Notificação Aeronáutica) que indicam dados sobre riscos e alertam outros pilotos que se dirigem à região sobre perigos para operar no local.

Uma testemunha do acidente, que também é piloto, relatou às autoridades que o avião da cantora teria perdido um dos dois motores após colidir contra os fios, e o impacto fez com que a aeronave perdesse sustentação.

As causas do acidente serão apuradas. Peritos foram enviados ao local pela Aeronáutica e pela Polícia Civil de Minas Gerais.

Fonte: G1