Apoiadores do presidente participam nesta terça (7) de ato com pautas antidemocráticas e ameaças a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Congresso. Maioria dos manifestantes descumpria obrigatoriedade do uso de máscara no estado de SP. Estações Trianon e Consolação do Metrô foram fechadas.
Manifestantes fazem ato na Avenida Paulista, na região central de São Paulo, nesta terça-feira (7), feriado da Independência no Brasil, a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Com pautas antidemocráticas, os apoiadores são contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional e também pedem intervenção militar. Bolsonaro deve discursar na Paulista nesta terça. Em Brasília, o presidente fez ameaça golpista ao Supremo em discurso para apoiadores.
Por conta do protesto, a de Metrô Trianon-Masp foi fechada. A estação Consolação está aberta. Cerca de 13 quarteirões da avenida foram ocupados, com maior concentração em frente ao Masp e à Fiesp.
Vestidos com camisetas do Brasil, e portando materiais alusivos ao presidente e às cores da bandeira do país, a maioria dos manifestantes participava do ato sem respeitar as regras de distanciamento social e o uso obrigatório de máscara, determinados pelo governo do estado desde 2020 por conta da pandemia de coronavírus.
O governo de São Paulo informou que está fiscalizando o uso de máscaras, mas não garantiu que vai fazer um balanço das autuações.
Os atos desta terça-feira (7) convocados por Jair Bolsonaro acontecem em meio a embates do presidente com o STF, e em um contexto de uma acentuada crise econômica, com a disparada da inflação, desemprego próximo a taxas recorde e queda na popularidade e nas avaliações sobre a administração de Bolsonaro.
Os manifestantes seguravam cartazes com dizeres contra a imprensa, o STF e pedindo “pelo fim do comunismo”. “Presidente Bolsonaro, acione as forças armadas e liberte nosso Brasil do comunismo”, dizia uma das faixas.
Outros cartazes pediam a demissão dos ministros do Supremo Luiz Fux e Ricardo Lewandowski.
As ameaças golpistas e ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) fazem parte de uma narrativa que vem sendo defendida e reafirmada pelo presidente há semanas, com maior intensidade às vésperas do feriado.
Por volta de 12h30, outro grupo de apoiadores do presidente protestou, de carro e motos, na Ponte Estaiada, na Zona Sul de São Paulo. Eles ocuparam duas faixas da via.
Nos últimos dias, o presidente defendeu a presença de policiais militares nas manifestações. O G1 não presenciou um grande número de pessoas fardadas. A presença de grupos evangélicos era maior.
Em discurso no nordeste do país no sábado (4), o Bolsonaro chegou a incitar a população a enquadrar os ministros do STF.
No início da semana, o Bolsonaro protocolou no Senado um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre Moraes sob o argumento de que ele e o ministro Luis Roberto Barroso extrapolam os limites da Constituição.
Bolsonaro é investigado em cinco inquéritos — quatro no Supremo Tribunal Federal e um no Tribunal Superior Eleitoral.
Interdições e bloqueios
Segundo a CET, a Avenida foi interditada nos dos sentidos desde as 9h. Os bloqueios foram instalados entre a Rua da Consolação e a Praça Oswaldo Cruz.
Os desvios são feitos a partir da Praça Oswaldo Cruz, para os motoristas que seguem no sentido Consolação; e da Alameda Santos, para motoristas que seguem no sentido do Paraíso. Os cruzamentos da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio e da Rua Teixeira da Silva estão liberados para veículos que precisam cruzar a via.
De acordo com a SPTrans, 33 linhas de ônibus tiveram seus itinerários alterados por conta da manifestação.
Os desvios das linhas que operam ao longo do trajeto da passeata serão feitos de forma momentânea, seguindo orientação do comando policial no local.
Fonte: G1