Moraes manda PF ouvir Google e Meta sobre ofensiva contra projeto

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a Polícia Federal que ouça os presidentes das empresas Google, Meta, Spotify e Brasil Paralelo no Brasil. Moraes também determinou que as companhias excluam conteúdos impulsionados com críticas ao projeto de lei conhecido como PL das Fake News.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF Foto: Carlos Moura/STF/28-03-2023

Determinação do ministro

Moraes determinou que a Polícia Federal ouça os presidentes no Brasil das empresas Google, Meta, Spotify e Brasil Paralelo. Além disso, as empresas devem excluir conteúdos impulsionados que tenham críticas ao projeto de lei conhecido como PL das Fake News.

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Pontos principais da decisão

A decisão de Moraes exige que o Google e o Meta apontem e expliquem os métodos e algoritmos de impulsionamento e induzimento à busca sobre “PL da Censura” e “PL 2630”. Também determina que o Brasil Paralelo e Spotify expliquem os métodos e algoritmos de impulsionamento e induzimento à busca sobre “PL da Censura”.

O ministro ainda exigiu que as empresas informem quais as providências reais e concretas realizam para prevenir, mitigar e retirar práticas ilícitas no âmbito de seus serviços relativos a temas como: atos antidemocráticos, fake news, violência, discurso de ódio, terrorismo, crimes contra crianças e adolescentes e contra mulheres.

Investigação

A determinação de Moraes ocorreu após denúncias de que o Google estaria utilizando práticas abusivas para se opor ao projeto de lei. A decisão foi tomada no inquérito que investiga ataques ao STF e seus ministros, conhecido como inquérito das fake news, e foi realizada de ofício, ou seja, sem ser provocada.

Abuso de poder econômico

O ministro do STF afirmou que os supostos impulsionamentos feitos pelas big techs em relação a conteúdos contrários ao projeto de lei podem configurar, em tese, “abuso de poder econômico às vésperas da votação do projeto de lei por tentar impactar de maneira ILEGAL e IMORAL a opinião pública e o voto dos parlamentares”. Além disso, Moraes entende que essas condutas podem representar uma “instigação à manutenção de diversas condutas criminosas praticadas pelas milícias digitais”.

Regulação das atividades empresariais das plataformas

O ministro da Justiça, Flávio Dino, defendeu a determinação do Supremo e afirmou que a regulação das atividades empresariais das plataformas é uma exigência constitucional e um caminho fundamental para o enfrentamento de crimes.

Definição dos limites da responsabilidade das empresas

Para Moraes, é urgente e necessária a definição legislativa e/ou judicial dos termos e limites da responsabilidade solidária civil e administrativa das empresas; bem como de eventual responsabilidade penal dos responsáveis por sua administração.

A determinação do ministro do STF, Alexandre de Moraes, de ouvir os presidentes das empresas Google, Meta, Spotify e Brasil Paralelo e exigir a exclusão de conteúdos impulsionados com críticas ao projeto de lei conhecido como PL das Fake News, gerou polêmica entre os defensores da liberdade de expressão e regulação das redes sociais.

Enquanto alguns argumentam que as big techs possuem poder econômico e influência sobre a opinião pública e, por isso, precisam ser investigadas, outros veem a medida como uma ameaça à liberdade de expressão e à neutralidade da internet.

De acordo com o ministro da Justiça, Flávio Dino, a determinação do STF é uma exigência constitucional e um caminho fundamental para o enfrentamento de crimes na internet. No entanto, é importante ressaltar que a regulação das atividades empresariais das plataformas não pode se tornar uma ferramenta para cercear a liberdade de expressão e a diversidade de opiniões.

Por isso, é fundamental que haja um debate amplo e democrático sobre a regulação das redes sociais e a responsabilidade das empresas em relação ao conteúdo publicado em suas plataformas. Além disso, é necessário que a legislação seja clara e objetiva em relação aos limites da responsabilidade civil, administrativa e penal das empresas e seus representantes legais.

A determinação de Moraes pode ser vista como um passo importante na direção da regulamentação das redes sociais, mas é preciso garantir que as medidas adotadas não prejudiquem a liberdade de expressão e a pluralidade de ideias. A internet e as redes sociais são importantes ferramentas de comunicação e participação democrática e devem ser protegidas e regulamentadas de forma responsável e transparente.