Morreu hoje (7) em São Paulo, aos 84 anos, o professor da Universidade de São Paulo (USP) e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) Alfredo Bosi. O acadêmico foi vítima de pneumonia associada à covid-19. De acordo com a ABL, em razão da pandemia do novo coronavírus, não haverá velório.
Um dos maiores críticos literários do Brasil, Bosi nasceu em São Paulo, em 26 de agosto de 1936. Foi casado com a psicóloga social, escritora e professora do Instituto de Psicologia da USP Ecléa Bosi, com quem teve dois filhos: Viviana e José Alfredo.
Descendente de italianos, foi estudar em Florença, na Itália, logo depois de se formar em letras pela USP, em 1960. De volta ao Brasil, assumiu os cursos de língua e literatura italiana na USP. Em 1970, decidiu-se pelo ensino de literatura brasileira no Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.
Entre suas obras, estão O Ser e o Tempo da Poesia (1977, com reedição em 2000), Dialética da Colonização (1992), Literatura e Resistência (2002) e Ideologia e Contraideologia (2010).
Além de professor titular de literatura brasileira na USP, Bosi ocupou cadeira na Cátedra Brasileira de Ciências Sociais Sérgio Buarque de Holanda da Maison des Sciences de l’Homme, em Paris. Foi vice-diretor do Instituto de Estudos Avançados da USP de 1987 a 1997, e diretor nesse último ano.
“Neste momento de tristeza pela perda do amigo Alfredo Bosi, doce figura e homem de caráter, fica a certeza da permanência de sua obra, tão importante para todos nós”, disse a a acadêmica da ABL Ana Maria Machado. “Foi um intelectual dono de pensamento próprio e corajoso, capaz de análises fecundas e ousadas, apoiadas em inteligência aguda e sensibilidade para o humano. Igualmente equipado para examinar literatura e história, bem como suas interrelações, nos deu, com sua Dialética da Colonização, uma obra marcante, um dos livros fundamentais para o entendimento da cultura brasileira”, acrescentou a escritora.