O Museu do Pontal realiza hoje (1º) mais uma live, antecedendo a inauguração da nova sede, na Barra da Tijuca, no dia 2 de outubro. O tema desta quarta-feira será Arte Popular em Casas – A importância de manter espaços de representatividade das artes e saberes populares.
A intenção é debater a relevância dos espaços de preservação e da pesquisa no campo da arte da cultura popular brasileira. O encontro poderá ser assistido, a partir das 17h30, pelos canais do Museu do Pontal no Youtube e no Facebook.
Participarão da conversa a coordenadora de conteúdo do Centro Cultural Cais do Sertão, em Recife, Clarice Andrade; a chefe do Museu de Folclore Edison Carneiro, que faz parte do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular no Rio, Elizabeth Pougy; o diretor do Centro Cultural Vale Maranhão, Gabriel Gutierrez; e o curador do Museu Janete Costa de Arte Popular, em Niterói, Jorge Mendes. A apresentação será dos diretores do Museu do Pontal, Lucas Van Beuque e Angela Mascelani.
Para Elizabeth Pougy, há vários espaços no país que tentam se manter no sentido de preservar a arte popular e incentivar a pesquisa. “A própria reabertura do Pontal vai nesse caminho. A gente aqui no museu [de Folclore Edison Carneiro], que faz parte do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, apesar de estar com o espaço fechado não só pela pandemia, mas também por uma obra de instalação de elevador e plataforma para acesso de cadeirantes, tem um espaço que é a Sala do Artista Popular, projeto que atua nacionalmente com artistas e comunidades produtoras de artesanato tradicional”, disse.
Ainda não há uma data para o fim da obra e a reabertura do museu, embora o espaço da Galeria Mestre Vitalino, que funciona no parque ao lado, pertencente ao Museu da República, possa voltar a funcionar ainda este ano com as exposições temáticas permanentes, com peças do acervo próprio. O Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular e o Museu de Folclore Edison Carneiro são vinculados ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Segundo Elizabeth, o Museu de Folclore Edison Carneiro dispõe ainda de espaço para a venda de peças elaboradas pelos artistas populares, em exposições do Programa Sala do Artista Popular,. O trabalho envolve toda a estrutura da instituição, como o museu e o setor de pesquisa, e é desenvolvido pelo centro, ligado ao Iphan.
“Muito importante é o artista estar presente nesses momentos. Às vezes são pessoas que não têm oportunidade, em seus locais, de estar em contato com esse público e uma outra visão da arte deles. Há uma questão de autovalorização muito grande, é muito bom para eles. São artistas do Brasil todo”, comentou.
Elizabeth destacou que muitas vezes os artistas populares ficam restritos a grandes feiras que acontecem pelo Brasil, em uma mistura de produtos, mas nos espaços culturais os trabalhos são mais valorizados. “Quando há enfoque no aspecto da arte, há uma valorização do artista não só para ele mesmo, mas para comunidade dele. É um crescimento para todo mundo”, afirmou.
Elizabeth Pougy disse ainda que, em tempos normais, o museu faz até nove exposições no ano. Destacou, no entanto, que é preciso haver apoio não apenas do governo, mas de organizações não governamentais para a criação dos espaços comunitários de arte popular, que favorecem o surgimento de agentes culturais locais. “Pelo Brasil há muitas iniciativas. Espaço existe, o difícil é manter isso vivo. Já houve incentivos desse tipo de abrir espaços e pontos de cultura, museus de comunidade como o da Maré”, afirmou.
“É um caminho de as pessoas se reconhecerem e poder atuar nas coisas de seu interesse, que estão relacionadas à sua vida”, acrescentou.