Pedido inclui PPSA, estatal do pré-sal, e ocorre em meio a críticas ao governo devido aos fortes aumentos nos preços dos combustíveis promovidos pela Petrobras.
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O novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, entregou nesta quinta-feira (12) ao ministro da Economia, Paulo Guedes, um pedido para que sejam feitos estudos para a privatização da Petrobras e da PPSA, a estatal do pré-sal.
Trata-se do primeiro ato de Sachsida após assumir o ministério no lugar do almirante Bento Albuquerque.
A troca no comando da pasta de Minas e energia, e o pedido de estudo visando a privatização da Petrobras, ocorrem num momento em que o presidente Jair Bolsonaro, que tentará a reeleição neste ano, sofre críticas devido aos seguidos aumentos nos preços dos combustíveis promovidos pela estatal.
Entretanto, assim como a troca no comando do ministério – ou na presidência da Petrobras – o pedido do ministro para que sejam feitos estudos visando a privatização da estatal não deve ter efeito sobre o preço dos combustíveis, que têm encarecido devido a variações na cotação do dólar e o do petróleo no mercado internacional, reflexo, entre outros fatores, da guerra na Ucrânia.
Além disso, a privatização da Petrobras só poderia ocorrer após autorização do Congresso.
“Aqui está o meu primeiro ato como ministro de Minas e Energia: a solicitação formal para que se iniciem os estudos que visam o começo do processo de desestatização da PPSA e da Petrobras. Espero que no período mais rápido de tempo possível nós tenhamos essa resolução pronta”, afirmou Sachsida ao lado de Guedes, em Brasília.
Guedes respondeu que vai encaminhar o pedido ainda nesta quinta para o Programa de Parcerias de Investimento (PPI), órgão que avalia a privatização ou concessão de empresas e projetos do governo e que é presidido pelo próprio ministro da Economia.
“Isso deve ser feito hoje mesmo e nós vamos dar sequência aos estudos para a PPSA e, depois, então, o caso da Petrobras”, disse Guedes.
Ecio Costa, professor de Economia na Universidade de Pernambuco (UFPE), avalia que a decisão de dar início a estudos sobre a privatização das duas empresas é um “gesto político” que se deve às pressões sofridas pelo governo para alterar o sistema de preços da Petrobras e para segurar os reajustes dos combustíveis, ideia que enfrenta resistência dentro do próprio governo.
“O próprio Sachsida já deu diversas declarações que não é a favor disso”, apontou Costa, se referindo à posição do novo ministro de Minas e Energia em relação a mudanças na política de preços dos combustíveis.