Minutos antes de ser preso, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) repetiu num áudio enviado por WhatsApp aos correligionários do partido repetindo as ameaças já feitas no passado ao Supremo Tribunal Federal e ao ministro Alexandre de Moraes, que decretou hoje sua prisão justamente por integrar uma “organização criminosa” e fazer ameaças ao Supremo, com o objetivo de “desestabilizar as instituições republicanas”.
De sua casa, no município fluminense de Levy Gasparian, Jefferson disse que queria informar aos ” leões e leoas conservadoras” de seu partido que havia acabado de receber o mandado de prisão – assinado por Moraes, que ele chamou de “o marido da dona Vivi, o Xandão, o pior caráter do Supremo”.
Referindo-se ao STF como uma “Orcrim”, ou uma organização criminosa, Jefferson dobrou a aposta que o levou à prisão e desafiou o ministro Moraes: “Eu já falei pro Xandão uma vez e vou repetir: o buraco comigo é mais embaixo, Xandão. Eu sei que você é metido a valente. A nossa conta daqui para frente é pessoal, não tem saída”.
As falas do ex-deputado seguem o mesmo roteiro de enfrentamento adotado pelo presidente Jair Bolsonaro, que chegou a declarar na semana passada, em tom de ameaça, que a hora de Moraes “chegaria”.
Endossam ainda a sugestão de Alexandre de Moraes, que em seu despacho afirmou que o plano de desestabilizar as instituições não se daria por encerrado com a prisão de Jefferson.
Em outro áudio encaminhado aos petebistas, também antes de ser preso, o dirigente pede confiança na figura da vice-presidente da legenda, Graziela Nienov, em uma espécie de “testamento”.
Sua filha, a ex-deputada federal Cristiane Brasil, também já se mobiliza nas redes para classificar o pai como um perseguido político pelo STF, faturando politicamente com a prisão de Jefferson junto à militância bolsonarista.
Fonte: Malu Gaspar O Globo