A Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) do Rio de Janeiro e o Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) deflagraram uma operação contra empresas, que são apontadas de participação em esquema fraudulento de compra de tíquetes alimentação. A operação conta com integrantes do Departamento Geral de Polícia da Capital, da 13ª DP (Ipanema) e da 23ª DP (Méier), e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MPRJ.
De acordo com a Sepol, o início das investigações das duas delegacias ocorreu com os registros de que menores de idade, não identificados, das comunidades do Pavão-Pavãozinho, na zona sul da capital e do Complexo do Chapadão, na zona norte, estariam praticando diversos delitos em bairros da zona sul, como Copacabana. Conforme as apurações, eles repassavam o produto do crime a dois estabelecimentos comerciais clandestinos, que funcionam com a compra de ouro e outros bens.
Os agentes verificaram nas diligências, que esses estabelecimentos comerciais receptam joias e compram créditos de tíquetes-refeição de trabalhadores com taxas consideradas abusivas e ilegais. Segundo a Sepol, em um dos locais, as equipes flagraram uma das pessoas denunciadas atuando como gerente e apreenderam banners com a inscrição Compro Tíquetes, máquinas para cartões bancários, vales refeição, diversos cartões de benefícios, dinheiro, comprovantes de transação financeira realizada nas máquinas de cartões, porta-documentos com a inscrição tíquetes/cartão, além de diversas anotações e documentos.
Também durante as apurações os investigadores notaram que as máquinas para cartões bancários emitiam comprovantes de pagamento em nome de uma pessoa jurídica e indicavam “endereços fraudulentos de sua localização, atuando como fachada e empresas fantasmas, registradas em nomes de laranjas. Os policiais verificaram que empresas do ramo alimentício eram utilizadas pelo líder do grupo para viabilizar a atividade comercial irregular, as transações simuladas e a receptação de bens subtraídos”, informou a Sepol.
Outra comprovação feita pelas equipes foi a larga movimentação financeira nas contas bancárias, incompatível com a realidade, uma vez que “as empresas não exercem atividade comercial e possuem endereços inexistentes ou onde constam imóveis residenciais e não há sequer um único funcionário registrado”.
A Polícia Civil informou ainda que com as ações de inteligência foi possível constatar que as importâncias em dinheiro movimentadas “são parte de um esquema de lavagem de dinheiro por meio da prática de crimes de usura, estelionato e receptação qualificada, além de delitos contra a ordem tributária e falsidade documental”.