O administrador do Piscinão, Francisco Eduardo, aos 67 anos, relata a segunda vez que precisaram fechar os portões devido à superlotação. Com aproximadamente 700 pessoas em busca de alívio, o clube, construído em 1998 em terreno público, revela a carência de opções de lazer na região. A falta de alternativas impulsiona a procura, especialmente nos dias mais quentes.
Um oasis em São Miguel Paulista
Ao longo de 60 anos na rua do Piscinão, Francisco viu o terreno baldio transformar-se em um ponto vital para a comunidade. Com piscina e quadra de futebol, o local oferece uma pausa bem-vinda, principalmente nos dias quentes. Aos domingos, a demanda é evidente, com filas para adentrar à área da piscina, acessível mediante a compra de uma pulseira amarela por R$ 20.
A lotação expressiva não é exclusividade do Piscinão. No quintal de Robson de Araújo, conhecido como Fazendinha, a piscina também acolheu diversos banhistas ávidos por um alívio. O calor intenso impulsiona a procura por esses espaços, onde R$ 20 garantem um dia de frescor. O administrador Manuel Ferreira do Patrocínio, frequentador assíduo, lamenta o inusitado movimento: “Nunca vi tanta gente na vida”.
Do quintal à lotação máxima
O cenário é animado, com alto-falantes anunciando não apenas a lotação, mas também pedidos de porções de alimentos. O som ambiente mistura-se a uma cacofonia de músicas, proporcionando uma experiência única aos frequentadores. A Fazendinha, assim como o Piscinão, torna-se um oásis para quem busca escapar do calor sufocante.
Querciane Silva, babá de 34 anos, compartilha a dificuldade em suportar o calor e encontra na piscina o refúgio ideal para ela e seus três filhos. O pedreiro Fabiano Cabral, ao lado da piscina lotada, relata o sofrimento no trabalho sob as altas temperaturas, reforçando a necessidade de alívio proporcionada por esses espaços.
O calor impulsiona negócios
Além dos clubes improvisados, a onda de calor impacta até mesmo os negócios locais. Na feira livre, o feirante Orivaldo Trindade, que vende caldo de cana há 27 anos, comemora o aumento nas vendas devido ao calor. O consumo do refresco torna-se uma necessidade em meio às altas temperaturas, refletindo um aumento de 20% nas vendas.
Cecília Augusto, dona de casa, busca soluções criativas para entreter as crianças em meio ao calor. Improvisando uma piscina com uma caixa d’água, ela revela a alta demanda pelo pequeno reservatório que, mesmo disputado, se torna um alívio bem-vindo para as crianças da vizinhança.
Em São Miguel Paulista, a busca desesperada por alívio térmico leva moradores a recorrerem a clubes improvisados. O calor intenso impulsiona a lotação máxima desses locais, revelando a carência de opções de lazer na periferia. Enquanto os moradores enfrentam o calor escaldante, os negócios locais prosperam, evidenciando a adaptabilidade da comunidade diante das condições climáticas adversas. O Piscinão e a Fazendinha emergem como oásis urbanos, onde R$ 20 garantem um dia de frescor em meio ao calor sufocante.