Dois suspeitos envolvidos na morte do soldado Patrick Reis, da Rota, estão trocando acusações sobre quem foi o autor dos tiros fatais. O ataque ao soldado e a um cabo, que sobreviveu, ocorreu na última quinta-feira (27), no litoral paulista, mais precisamente em Guarujá. Até o momento, três homens foram presos como suspeitos de participação no crime.
A Polícia Civil afirmou que não há dúvidas de que todos os envolvidos no crime já foram detidos. No entanto, a verdade sobre o momento dos disparos ainda permanece obscura e a investigação busca elucidar esse ponto crucial.
Erickson David da Silva, 28 anos, também conhecido como Deivinho, era apontado pela polícia como o autor do crime quando se entregou voluntariamente, na noite de domingo (30), na zona sul de São Paulo. Em um vídeo gravado antes de sua rendição, ele negou qualquer participação no ataque e pediu ao governo paulista o “fim da matança” em referência às mortes ocorridas na operação no litoral.
No depoimento à polícia, Erickson acusou Marco Antônio de Assis Silva, 26 anos, conhecido como Mazaropi, de ter sido o responsável pelos disparos da pistola 9 mm que atingiram o carro da Rota. Marco foi preso em Guarujá no dia seguinte ao ataque.
Outro suspeito, identificado como Cauã, irmão de Erickson, também foi preso na cidade vizinha de Santos, na madrugada desta quarta-feira (2). Segundo a polícia, ele confessou estar presente no momento em que o soldado Reis foi baleado e também apontou Marco como o atirador.
De acordo com o delegado Antônio Sucupira, da Delegacia de Guarujá, Erickson alegou que a motivação para ele ser apontado como o atirador seria uma desavença com Marco, relacionada a uma questão pessoal envolvendo a mulher de Erickson. A polícia interrogou a mulher para esclarecer os fatos, mas as informações fornecidas não foram conclusivas, já que ela relatou uma versão diferente e mencionou outras datas.
O delegado afirmou que todas as evidências indicam que os três suspeitos estavam presentes no momento dos disparos. Contudo, a investigação precisa individualizar e definir a participação de cada um no evento.
Até o momento, não há informações sobre se Cauã e Marco já contam com advogados que os representem.
Segundo Sucupira, um dos suspeitos foi responsável por esconder a arma utilizada no crime em um beco da Vila Júlia, entre dois barracos. Entretanto, o nome desse indivíduo não foi divulgado.
Além disso, a polícia ouviu uma testemunha que estava presente com os três suspeitos no momento dos disparos. Contudo, o delegado não respondeu quem foi apontado por essa testemunha como o autor dos tiros fatais.
As autoridades realizarão uma perícia na cápsula e no projétil encontrados para determinar se a arma apreendida é a mesma que causou a morte do soldado Reis. O policial foi alvejado na axila durante um patrulhamento de rotina na comunidade Vila Zilda, quando a viatura na qual ele estava deixava o local, já sob tiroteio, conforme o boletim de ocorrência.
Em resposta à morte do soldado, a Operação Escudo na Baixada Santista foi deflagrada e contará com a participação de agentes de todos os 15 batalhões de operações especiais do estado. Até o momento, ao menos 16 pessoas perderam suas vidas em decorrência das ações policiais, de acordo com informações da SSP (Secretaria da Segurança Pública).