Homem teria sido atingido por descarga elétrica e morreu em Mesquita, na Baixada Fluminense. Outras seis vítimas morreram após deslizamento de terra em Ponta Negra, em Paraty. Em Angra, criança morreu e bombeiros buscam outras 13 pessoas.
Menos de dois meses depois da tragédia que devastou Petrópolis, na Região Serrana do Rio, a Costa Verde, no litoral sul fluminense, foi fortemente atingida pela forte chuva que atinge o Rio de Janeiro desde a noite de quinta-feira (31). O temporal deixou oito pessoas mortas no estado.
Desse total, seis mortes aconteceram em Paraty, na Costa Verde. Na vizinha Angra dos Reis, uma criança morreu. Houve ainda uma vítima fatal em Mesquita, na Baixada Fluminense, que também foi atingida pelo temporal.
Bombeiros buscam ainda 13 desaparecidos após um deslizamento de terra em Angra dos Reis. As seguem sneste sábado (2).
- Em Paraty, deslizamento deixou seis mortos; área está inacessível por terra e mar
Em Paraty, na Costa Verde, as seis mortes foram provocadas por um deslizamento de terra, que atingiu casas na Praia de Ponta Negra durante a madrugada deste sábado (2). Há relatos de desaparecidos, e a Defesa Civil segue com as buscas. Um helicóptero auxilia no trabalho, já que a área atingida pelo deslizamento não pode ser acessada pelo mar nem por estradas.
A Costa Verde, que fica no litoral sul do Rio, próximo à divisa com São Paulo, é uma região bastante montanhosa e muito próxima do mar, o que faz com que deslizamentos perto da praia aconteçam. Em Paraty, um total de 22 bairros foram afetados por alagamentos ou outros danos provocados pelas chuvas, segundo a prefeitura local.
A prefeitura chegou a informar também que o número de óbitos na cidade era de sete, o que elevou o total de mortos no RJ para nove. Posteriormente, porém, o número foi corrigido para seis vítimas. A informação foi atualizada às 12h36 pelo g1.
- Em Angra, volume de chuva bateu recorde
Em Angra dos Reis, também na Costa Verde, uma criança morreu e pelo menos 13 pessoas estão desaparecidas depois que um deslizamento de terra atingiu quatro casas em Monsuaba, bairro litorâneo da cidade, na madrugada deste sábado.
O município nunca havia registrado um volume de chuva tão alto em apenas 48 horas. No período, a prefeitura registrou índices recorde: foram 655 mm na área que fica no continente e 592 mm na Ilha Grande, que também faz parte de Angra.
O Corpo de Bombeiros informou ter resgatado cinco pessoas com vida, que foram levadas para o Hospital da Japuíba. Seis grupamentos da corporação e agentes da Defesa Civil trabalhavam nas buscas pelos desaparecidos pela manhã.
De acordo com a Defesa Civil, todas as 28 sirenes do sistema de alerta de Angra, distribuídas em 20 blocos que abrangem as áreas de risco, soaram durante a madrugada para alertar moradores sobre a possibilidade de deslizamentos e alagamentos.
Mesquita
A Baixada Fluminense do Rio também registrou uma morte e vários bairros com alagamento. Em Mesquita, município que faz parte da Baixada, Daniel Ribeiro, de 38 anos, morreu. De acordo com a Defesa Civil, ele levou um forte choque em um poste quando tentava ajudar uma outra pessoa.
Outras cidades da Baixada também registraram alagamentos. A Prefeitura de Nova Iguaçu afirmou que a cidade registrou 141 mm de chuva no bairro Moquetá, o que equivale a 148% da média de chuva do mês de abril. O Hospital Estadual Ricardo Cruz, inaugurado há um ano, ficou inundado.
Barreira cai em Saquarema
A cidade de Saquarema, na Região dos Lagos, foi atingida por uma forte chuva na noite desta sexta-feira (2) que causou diversos transtornos. Uma barreira caiu e interrompeu totalmente o tráfego na RJ-106, entre Saquarema e Maricá, no km 48.
A RJ-106 também tem outro ponto de interdição na Serra do Mato Grosso, na altura do km 46 onde uma ponte caiu por causa da chuva. Não há previsão para liberação deste trecho.
De acordo com a Defesa Civil, em Saquarema choveu cerca de 160 milímetros em 24 horas. Dez pessoas estão desabrigadas e quatro desalojadas.
Estágio de atenção
A cidade do Rio entrou em estágio de atenção às 9h25 deste sábado (2). Trata-se do terceiro nível em uma escala de cinco e significa que uma ou mais ocorrências já impactam o município, afetando a rotina de parte da população.
Em mensagem publicada nas redes sociais, o prefeito afirmou que a madrugada no Rio contou com muitas ocorrências e a tendência é que o dia seja de chuva.
“A gente teve uma noite de ontem e uma madrugada bastante complexa. O pessoal da prefeitura atuou. A gente não tem nenhuma situação em grande via mais crítica. Mas você tem algumas áreas da cidade, principalmente na Zona Oeste mais litorânea, a região das vargens, Guaratiba, partes da Zona Oeste mais próximas do mar, você tem ainda situações de alagamentos. Jacarepaguá também tem situações complexas. Na Grande Tijuca, a situação já baixou, o Rio Maracanã”, afirmou Eduardo Paes.
O prefeito voltou a pedir que a população evite deslocamentos desnecessários.
“A tendência é que a gente ainda tenha chuva hoje, a princípio mais fraca para moderada. Então o meu pedido para vocês é que fiquem atentos, se puder evitar deslocamentos desnecessários a gente agradece para que a gente possa arrumar a cidade ao longo do dia”, disse Paes.
Maricá
A forte chuva também causou transtornos e deixou famílias desalojadas em Maricá (RJ). Segundo a Defesa Civil, os bairros mais afetados foram Itapeba e Condado com 30 ocorrências cada.
A Defesa Civil está em estágio de alerta. Os maiores acumulados de chuva, nas últimas 24 horas, foram em Itapeba (261,39mm), Espraiado (227,94mm) e Ponta Negra (88,41mm).
Previsão do tempo
A influência de uma frente fria deixa o tempo encoberto e chuvoso o dia todo no estado, segundo a Climatempo, com previsão de chuva forte entre esta noite e a manhã de sábado (2).
Rajadas de vento forte de até 60 km/h também estão previstas, além de alerta de temporais e raios e ressaca no litoral.
Por causa da chuva forte, os garis resolveram suspender a greve até segunda-feira (4).
Fonte: G1