Piloto que transportava Marília Mendonça estava voando fora da zona de proteção do aeroporto de Caratinga. Talvez por não conhecer a área próxima ao aeroporto ele sobrevoava próximo a torre
A chamada zona de proteção é uma área com restrições previstas para garantir que aviões decolem e pousem com segurança.
A linha de distribuição de energia atingida pelo avião que caiu e matou a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas está fora da zona de proteção do aeroporto de Caratinga, em Minas Gerais, cidade onde aconteceu o acidente.
A informação foi revelada pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) neste sábado (6), conforme o G1.
Piloto sobrevoava área fora da zona de proteção do aeroporto
A zona de proteção é a área prevista pelo Departamento de Controle de Espaço Aéreo (Decea) que estabelece restrições, incluindo a presença de linhas de distribuição, para garantir que aviões decolem e pousem com segurança.
Em nota, a Cemig informou que “segue rigorosamente as Normas Técnicas Brasileiras e regulamentação em vigor em todos os seus projetos” e reforçou que “as investigações das autoridades competentes irão esclarecer as causas do acidente”. O piloto que levava Marília Mendonça começou a sobrevoar uma área que ficava próximo a torre de transmissão de energia elétrica. Nesse voo cego ele acabou se chocando com um cabo de proteção que serve como para-raio e não é energizado. Logo depois o piloto perdeu completamente o controle da aeronave e caiu em uma cachoeira que fica em um condominio residencial de Piedade. Outro fator que pode ter contribuido para a queda da aeronave foi o fato de o piloto estar voando muito baixo em procedimento de pouso. O king air envolvido no acidente é um avião seguro segundo especialistas. Mesmo se houver a perda de um dos motores ele poderia continuar o voo com o motor auxiliar.
Piloto descarta tese de avião instável
O piloto Décio Corrêa, presidente do Fórum Brasileiro do Transporte Aéreo e Mantaer (Associação Brasileira de Manutenção Aeronáutica), afirmou nesta 6ª feira (5.nov.2021) que o modelo do avião envolvido no acidente aéreo que matou a cantora Marília Mendonça é “um dos melhores aviões executivos do país” e um “verdadeiro tanque de guerra”.
Em entrevista ao Poder360, disse não poder “sugerir nenhum tipo de ocorrência” com o bimotor King Air prefixo PT-ONJ, pertencente a empresa PEC Táxi Aéreo. O acidente ocorreu na Serra da Caratinga, a 200 km de Belo Horizonte.
Sobre a empresa, Corrêa afirmou: “a PEC Taxi Aéreo, lá de Goiânia, eu conheço bem, é do meu amigo Everton. São pessoas que levam a sério a questão de manutenção. A manutenção estava toda regular segundo a Anac, então eu não tenho a menor ideia do que aconteceu”.
Ele afirmou ainda que a apuração será concluída com as investigações do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) e reforçou a importância do uso de cinto de segurança em aeronaves. “O cinto, em aterrisagem, decolagem ou turbulência, é fundamental”, disse.
O Cenipa anunciou no fim da tarde a apuração inicial das causas do acidente. “Na ação inicial os investigadores identificam indícios, fotografam cenas, retiram partes da aeronave para análise, ouvem relatos de testemunhas, reúnem documentos, etc”, informou. Não há prazo para o fim das investigações.
Retirada do avião de Marília Mendonça de cachoeira quase termina em tragédia
Aeronave foi retirada da cachoeira por uma empresa de guincho da cidade de Caratinga. Porém quase acontece uma tragédia os cabos de aço foram colocados no avião para puxar ele para fora e neste momento um dos cabos se soltou e voltou com toda força. Bombeiros e equipes da defesa civil estavam no local e se afastaram porque se tivessem proximo poderiam ter saido gravemente feridos. O avião esta sendo retirado porque a defesa cívil alertou que a chuva pode aumentar o nível do rio e arrastar a aeronave. Após ser retirada do local ele será levada a um galpão onde acontecerá a pericia que será feita pelo CENIPA e os orgãos competente para investigação e prevenção de desastres aéreos.
TRAGÉDIA
A cantora e parte da equipe estavam em um avião de pequeno porte que caiu perto de uma cachoeira na cidade de Piedade de Caratinga.
De acordo com a Cemig, o avião bimotor que transportava a cantora e outras quatro pessoas atingiu um cabo de uma torre de distribuição de alta tensão da empresa.
A Polícia Militar mineira afirmou que o avião bimotor King Air da Beech Aircraft, fabricado em 1984, decolou de Goiânia (GO) e caiu em uma cachoeira localizada a dois quilômetros da pista onde faria o pouso. Ele podia levar até seis passageiros e tinha capacidade para 4,7 mil quilos.
Testemunhas e pilotos que sobrevoaram a região perto de quando o acidente aconteceu falaram que a aeronave “rasgou” fios de alta tensão que estavam ligados a uma torre próxima ao local.
ANAC
A PEC Táxi Aéreo, responsável pelo avião de pequeno porte, comunicou que o piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior, e o copiloto Tarciso Pessoa Viana tinham ampla experiência de voo e que a aeronave estava habilitada pela Anac.
“O avião envolvido no acidente era devidamente homologado pela Anac para transporte aéreo de passageiros e estava plenamente aeronavegável”.