Depoimento de Victor Meyniel encerra investigação de caso de homofobia
O ator Victor Meyniel, vítima de agressão em Copacabana, no Rio de Janeiro, no último sábado (2), está programado para depor na 12ª DP (Copacabana) às 14h, nesta sexta-feira (8). Este será o segundo depoimento de Victor às autoridades, marcando o encerramento das investigações relacionadas às agressões cometidas pelo estudante de medicina Yuri de Moura Alexandre. As acusações contra Yuri incluem lesão corporal, injúria por preconceito e falsidade ideológica.
Detalhes dos acontecimentos no apartamento de Yuri serão revelados
A expectativa dos investigadores é que Victor forneça informações detalhadas sobre os eventos que ocorreram dentro do apartamento de Yuri no dia das agressões. A amiga de Yuri, Karina de Assis Carvalho, afirmou que Victor tentou retornar várias vezes ao apartamento, ameaçando o estudante após ter sido expulso por importuná-los. A noite em que se conheceram na boate, na sexta-feira (1), resultou em um desentendimento que se estendeu à portaria do prédio, onde Yuri agrediu Victor com socos no rosto.
Agressões filmadas na portaria revelam omissão de socorro
As imagens da portaria do prédio em Copacabana estão sendo minuciosamente analisadas pela Polícia Civil. A cronologia dos eventos registra momentos críticos. Após o desentendimento no apartamento de Yuri, ambos desceram separadamente em elevadores. Às 8h19, o porteiro Gilmar José interveio para abrir uma porta emperrada, enquanto Yuri aguardava. Victor voltou a discutir com Yuri quando saiu do elevador, mas o porteiro não interferiu. A partir das 8h24, as agressões começaram, enquanto o porteiro observava sem pedir ajuda.
Porteiro autuado por omissão de socorro
Após o ataque, Victor foi deixado no chão e Yuri não aparece mais nas imagens. O porteiro levantou o ator e o retirou do local, alegando que ele estava atrapalhando a passagem. O porteiro foi autuado pela polícia por omissão de socorro.
Depoimentos de testemunhas e síndico
Até o momento, seis pessoas foram ouvidas pela polícia, incluindo Karina de Assis Carvalho e o síndico do prédio de Yuri, Marcos de Carvalho. O síndico testemunhou que, ao chegar à portaria, viu Victor com o rosto machucado, mas não prestou socorro, apenas sugeriu que ele fosse à delegacia. Ele também descreveu o porteiro como alguém temeroso e acredita que ele não se envolveu na briga.
Casamento de Yuri não exclui acusações de homofobia
Os advogados de Yuri apresentaram sua certidão de casamento com outro homem na tentativa de refutar as acusações de homofobia no caso. Entretanto, o juiz de plantão enfatizou que o fato de Yuri ter se relacionado com outros homens não elimina a possibilidade de ter agido com homofobia. Yuri enfrenta acusações de lesão corporal, injúria por preconceito e falsidade ideológica, devido a mentiras sobre sua profissão na Força Aérea Brasileira. Ele permanece em prisão preventiva no Complexo de Bangu.