A 16ª edição da Virada Cultural na capital paulista acontece no próximo final de semana, dias 12 e 13 de dezembro, com o mote Tudo de Arte, Nada de Aglomeração” e mais de 400 atrações, entre atividades online e intervenções urbanas. Além das ruas e ambiente virtual, o evento estará em seis teatros, nove centros culturais, 13 casas de cultura e 22 bibliotecas espalhadas por todas as regiões da cidade.
O evento, que conta com um investimento de R$ 6 milhões, deverá celebrar a pluralidade nas diversas linguagens artísticas para diferentes faixas etárias nas artes visuais, circo, dança, literatura, moda, música, performance e teatro, com programação interativa que também prevê rodas de conversa e debates.
Segundo a prefeitura, a cidade continua em quarentena, mas segue ativa em relação à cultura, movimentando a geração de trabalho e renda do setor – foram 3.411 pessoas contratadas, entre artistas, técnicos e fornecedores para o evento.
Entre os destaques, estão os shows que serão transmitidos do Theatro Municipal de São Paulo, incluindo os de Elza Soares e Flavio Renegado, Arnaldo Antunes, Criolo, Gloria Groove, MC Kekel e Renan da Penha, Elba Ramalho, o Quarteto de cordas da cidade de São Paulo, a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo e o Terceiro Encontro Nacional de Mulheres na roda do samba, com Mart’nália e Fabiana Cozza.
O Clube em Casa reúne os principais DJs da cidade em uma série de apresentações musicais online utilizando como cenário algumas casas de show que atualmente se encontram fechadas por conta da pandemia. São elas: Aparelha Luzia, Casa Caracol, Casa da Luz, Casa do Mancha, Fatiado Discos, Mundo Pensante, Prato do Dia e Tokyo.
Durante a Virada, o Palco Piano vai percorrer a cidade com mais de 13 pianistas se revezando na execução integral das 32 sonatas de piano de Beethoven, compostas entre 1795 e 1822, que totalizam uma obra-prima de 10 horas e 12 minutos. O evento, que será transmitido pela internet, marca as comemorações de 250 anos do gênio da música.
No teatro, o espetáculo (In)justiça, da Companhia de Teatro Heliópolis, reflete sobre o sistema jurídico brasileiro e o conceito de justiça. Já o Festival Sem Barreiras, parceria com a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (SMPED), destaca o trabalho de 19 artistas de variadas linguagens, como o samba, o rap, o teatro e a fotografia.
Nas ruas
O projeto Empena Feminina faz a ocupação Resultante Peso, com intervenções urbanas em seis empenas que rodeiam o Minhocão. Empena é a parte superior das paredes externas, acima do forro, fechando o vão formado pelas duas águas de uma cobertura. Serão projetados 10 trabalhos de 10 mulheres e uma apresentação será transmitida online e em tempo real com mulheres convocadas para participar nas redes do projeto. Segundo a organização, a proposta é discutir os diferentes pesos, tanto o físico imposto por uma sociedade patriarcal como o poético e simbólico.
O projeto Jazz na Kombi, que ocupa espaços públicos e leva o jazz para as ruas também estará na programação. Desde 2014, quando nasceu em uma das escadarias da Praça Roosevelt, o projeto realiza edições do “Menor Festival de Jazz do Mundo”, além de nove edições do Iquiririm Jazz Festival. Já o Drags na Rua convida drag queens para paradas e apresentações de lip sync (sincronia labial) trazendo a cultura das boates LGBTs para as ruas da cidade.
A proposta da instalação Mata, do Midiadub – estúdio de produção criativa interdisciplinar formado por artistas, designers, storytellers e desenvolvedores – é recriar a destruição provocada pelas queimadas na Amazônia no meio da cidade de São Paulo. Por meio de softwares 3D e de uma trilha sonora imersiva, o público vai poder assistir de perto a Floresta Amazônica sendo consumida pelo fogo.
No Jaraguá, 12 indígenas participam do Grafitaço no Jaraguá, no entorno da reserva dos índios Tekoa Pyau, em intercâmbio com outros artistas em ação coletiva que convida para a reflexão sobre a memória, a existência e a diversidade indígena.