Produtor de efeitos especiais da Globo mostra detalhes das gravações e do equipamento
Foram um pouco mais de quatro horas de gravações, cerca de 30 profissionais envolvidos e muita luta nos bastidores para uma única cena de Pantanal. Nos próximos capítulos da novela das nove, Levi (Leandro Lima) será devorado por piranhas em uma sequência repleta de ação, mas… são piranhas de verdade? A gente te conta tudinho!
Hora da mágica!
Isso era esperado: seria inviável utilizar piranhas verdadeiras para a morte de Levi em Pantanal. Mas, conforme o efeito utilizado, muita gente vai acreditar. Em papo exclusivo com o Gshow, o produtor de efeitos especiais da Globo, Ricardo Menezes, conta que foram realizados testes em tanques de 3 mil litros para se chegar ao mecanismo que imita um ataque real.
A máquina é semelhante à utilizada na morte de um jagunço, que foi jogado por Maria Marruá (Juliana Paes) na água. A diferença é que o equipamento produzido para a morte de Levi foi um pouco mais complexo e libera sangue – foram utilizados cerca de 5 litros do líquido vermelho cenográfico.
Como funciona
Inspirada em vídeos reais de piranhas partindo para cima de humanos, a equipe de efeitos especiais criou um sistema de tubulação vazado com, pelo menos, 20 metros de comprimento. Trata-se de uma mangueira pneumática com furos, que tem um motor acoplado em sua ponta, onde fica o compressor de água. Esse mecanismo é interligado ao sistema de sangue cenográfico.
“Quando começa a cena, o sistema de ar é aberto, em que vai gerando as bolhas e injetando o sangue. Quando começa a borbulhar, o sangue já vai saindo junto”, explica Ricardo, que trabalha há 28 anos no setor de efeitos.
Todo esse sistema de mangueiras fica cerca de 20 centímetros do espelho d’água. O cuidado é para que a sincronia seja impecável: assim que Leandro Lima cai na água, uma equipe fica cerca de 10 metros dele, para acionar o equipamento na hora correta. “Lá, trabalhamos com mergulhador, salva-vidas e toda uma equipe, porque é uma área de água funda”, completa Ricardo.
Na edição final, ainda, há um cruzamento de imagens: a cena teve gravações no Pantanal e também em um tanque, para se cruzar melhor o efeito da borbulha.
“Na pós-edição, eles recortam a área onde estava a ação dele e encaixam isso dentro de um plano na base real, gravada no Pantanal”, reforça Ricardo. “Vai parecer real mesmo!”
Fonte: GSHOW