Paulista reabre para lazer em clima festivo e com pontos de aglomeração

A avenida Paulista, na região central de São Paulo, foi reaberta para lazer hoje após um ano e quatro meses fechada por causa da pandemia de covid-19. Em dia de céu azul e de relativa trégua no frio, com temperatura na casa dos 20ºC, a via ficou aberta para os pedestres das 8h às 12h e teve alguns pontos de aglomeração durante a manhã. Apesar da recomendação do uso de máscaras, alguns pedestres circularam sem o item de proteção.

A sensação de festividade permeou a manhã deste domingo. Pela avenida, diversos grupos de amigos e famílias gravavam vídeos, tiravam fotos e selfies em frente aos famosos prédios da região, como o Masp (Museu de Arte de São Paulo).

Em entrevista à CBN na terça-feira (13), o prefeito Ricardo Nunes (MDB) disse que a reabertura começou pelo período matutino justamente por concentrar menos pessoas e abarcar “um público que mantém distanciamento”, como famílias e pessoas fazendo caminhadas ou andando de bicicleta.

Continua após a publicidade..

A estratégia não funcionou como o esperado. Por volta das 10h, a Paulista registrava grande movimento, com grupos de amigos e familiares, ciclistas, pessoas passeando com cachorro, comerciantes e artistas de rua que causavam pequenas aglomerações ao atrair espectadores.

A coordenadora comercial Vanessa Baboni, 38, contou ter chegado às 8h com o marido, os filhos e os enteados. Ao UOL, relatou um movimento atípico para o horário. Para ela, a ideia de manter a abertura apenas às manhãs não é efetiva.

“Mais cedo estava bem tranquilo, estão chegando aos poucos. Estou surpresa porque percebo que as pessoas que estão chegando eram as que vinham na parte da tarde, mas já estão aqui. Tenho certeza que mais tarde, quando abrirem a avenida para os carros novamente, as pessoas vão apenas migrar para as calçadas e continuar por aqui”, disse.

Reabertura aguardada

Baboni disse que estava com saudade da atividade de lazer e defende a necessidade de manter a avenida aberta para os pedestres aos domingos. Ela é moradora do bairro da Consolação há um ano e meio e, mesmo antes de mudar-se, frequentava a região todos os domingos.

“Eu vinha da Zona Leste para aproveitar com os meninos. Agora, morando por aqui, é uma alegria ver a Paulista aberta novamente. Estamos brindando por essa volta.”

A professora de inglês Clarice Marques, 24, combinou o passeio com a irmã Tarsila desde que soube da reabertura. Elas foram de metrô, partindo do bairro de Santana, na zona norte da cidade.

“Nós estávamos com saudades do espaço. E nos últimos tempos, temos priorizado atividades em locais abertos. Caminhar pela Paulista é algo que nos sentimos mais confortáveis para fazer do que ir a um shopping, por exemplo”, afirmou.

Segundo a prefeitura, um dos fatores que propicia a volta da atividade de lazer é o fato de que 70% da população acima de 18 anos já recebeu ao menos a primeira dose da vacina contra a covid-19 na capital.

A maior circulação de pedestres aumentou as filas das barracas de comércio popular, principalmente as gastronômicas. Alguns comerciantes relataram, no entanto, que o movimento nem sempre revertia em vendas.

Margot Santos, 60 anos, vende colares feitos com materiais recicláveis há 11 anos na região. Questionada sobre as vendas na reabertura, disse que foi um dos dias mais fracos em todos os anos.

“Muita gente me disse que veio apenas com o cartão do ônibus. São pessoas que só queriam sair, que não aguentavam mais ficar em casa. Acho que a pandemia também deixou muitas pessoas sem dinheiro”, afirmou.

Após a reabertura da avenida Paulista, a prefeitura vai avaliar a possibilidade de abertura do Vale do Anhangabaú, no Centro da cidade.

Fonte: Uol