Pilotos já haviam reclamado de torre de transmissão onde avião de Marília Mendonça caiu

Bimotor que levava a cantora e outras quatro pessoas caiu a dois quilômetros da pista de pouso; Cemig confirmou que aeronave atingiu cabo de transmissão

O aeroporto de Caratinga, em Minas Gerais, para onde se dirigia o avião que caiu e matou a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas, foi alvo de reclamações de pilotos em agosto e setembro de 2021 por causa da proximidade de uma torre de transmissão da pista. Em relatos denominados de Notam (sigla em inglês para “Notice to Airmen”, ou “aviso aos pilotos”), disponíveis na plataforma oficial Aisweb e através dos quais uma equipe de um voo se orienta sobre perigos, os comandantes avisam da presença da torre, a qual ‘violaria o plano básico da zona de proteção’ de um aeroporto. O bimotor de Marília Mendonça ia de Goiânia para Caratinga para um show e sofreu um acidente nesta sexta, 5, a apenas dois quilômetros da pista de pouso. A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) confirmou que o avião atingiu um cabo de transmissão.

Eryck Santos, piloto e instrutor de voo ouvido pela Jovem Pan, dá conta de que o local pode trazer riscos. “Já viajei na área, é uma região montanhosa, requer um conhecimento prévio por parte da tripulação a respeito dos obstáculos em sua rota e escolher uma altitude de voo segura para operação”, comentou. Ainda não se sabe o que causou o acidente, e a investigação deve começar nas próximas horas por parte de investigadores do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que foram deslocados do Rio de Janeiro para o local da tragédia para apurar o acidente, e a colisão com os cabos é um dos fatores a ser averiguado. O avião era um bimotor King Air da Beech Aircraft, fabricado em 1984, e tinha a situação regular na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A aeronave tinha capacidade para 4,7 mil quilos, podia levar até 6 passageiros e caiu em uma cachoeira a dois quilômetros da pista onde faria o pouso, segundo informou a Polícia Militar mineira.

Fonte: Jovem Pan

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