Por negligência de Nunes, 500 mil pessoas não poderão assistir debate na Band, diz Boulos

Apagão em São Paulo afeta milhares de pessoas e debate político

Boulos e Nunes se enfrentam no primeiro debate do segundo turno na Band Foto: Reprodução Band

O temporal que atingiu São Paulo na sexta-feira (11 de outubro) deixou mais de 2 milhões de pessoas sem energia, de acordo com informações da Enel, concessionária responsável pela distribuição de eletricidade na região. Três dias após as fortes chuvas, 500 mil residências ainda permanecem sem luz, segundo a empresa. Essa situação gerou uma onda de críticas e acusações entre os candidatos à prefeitura de São Paulo.

Guilherme Boulos, candidato do PSOL, aproveitou o momento para criticar duramente o atual prefeito, Ricardo Nunes, e a atuação da Enel. Segundo Boulos, a concessionária tem prestado um “serviço horroroso” e, caso seja eleito, promete tirá-la de São Paulo. “Nós temos uma empresa privatizada, a Enel, que não cumpre seu papel. E temos um prefeito omisso, que não fez a lição de casa”, afirmou Boulos durante uma entrevista coletiva.

Promessas de campanha e críticas à gestão Nunes

Boulos foi além nas críticas ao governo Nunes, afirmando que o prefeito não representa a força da cidade de São Paulo e que sua gestão foi marcada por omissão em situações de crise, como o recente apagão. O candidato do PSOL chegou a mencionar que, se eleito, buscará formas legais de retirar a Enel da capital paulista. No entanto, ao ser questionado sobre o processo para essa ação, ele não detalhou os procedimentos que adotaria.

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O apagão em São Paulo transformou-se em uma peça central no debate eleitoral. Enquanto Nunes culpa a Enel pela falta de energia, Boulos alega que a queda de árvores e a demora no restabelecimento do fornecimento são frutos da “incompetência” da prefeitura na gestão da crise climática e da infraestrutura da cidade.

Próximos debates e alianças políticas

Com o cenário político esquentando, há ainda mais três debates marcados para a disputa da prefeitura de São Paulo. O próximo será em 17 de outubro, realizado pela Folha, UOL e RedeTV!, seguido por encontros na TV Record, em 19 de outubro, e na TV Globo, em 25 de outubro.

No segundo turno, Boulos conta com o apoio de figuras influentes como Tabata Amaral (PSB), que ficou em quarto lugar no primeiro turno, e José Luiz Datena (PSDB), o quinto colocado. Pablo Marçal (PRTB), terceiro colocado, declarou que apoiaria Nunes se ele se desculpasse por ofensas passadas, mas também disse acreditar que Boulos vencerá a disputa.

Pesquisas apontam vantagem de Nunes no segundo turno

Apesar da crise energética e das críticas à gestão de Ricardo Nunes, as pesquisas eleitorais indicam uma vantagem do atual prefeito sobre Boulos. Segundo levantamento do Datafolha, realizado entre 8 e 9 de outubro, Nunes lidera com 53% das intenções de voto, contra 33% de Boulos. O levantamento da Paraná Pesquisas, feito entre 7 e 9 de outubro, também aponta vantagem para Nunes, com 53% contra 39% de Boulos.

Ambas as pesquisas têm uma margem de erro de 3 pontos percentuais e foram registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Apagão e acusações marcam reta final da campanha

A questão do apagão tornou-se uma peça chave nos discursos dos candidatos. A queda de árvores, provocada pelo temporal de 11 de outubro, afetou diretamente a distribuição de energia em São Paulo, causando transtornos a milhões de pessoas. Para Boulos, a responsabilidade pela situação é da prefeitura, que, segundo ele, não investiu adequadamente em prevenção e manutenção da infraestrutura urbana.

Nunes, por outro lado, transferiu a culpa para a Enel, responsabilizando a empresa pela demora no restabelecimento do fornecimento de energia. A disputa entre os dois candidatos reflete a complexidade da crise e a busca por culpados em um cenário de eleição municipal acirrada.

Clima tenso e polêmicas no primeiro turno

A campanha para prefeito de São Paulo foi marcada por momentos polêmicos e agressivos. Um dos incidentes mais comentados ocorreu no debate da TV Cultura, em 15 de setembro, quando Datena agrediu Marçal com uma cadeira após um desentendimento ao vivo. A situação gerou grande repercussão e reforçou o clima tenso da campanha.

Outro episódio marcante aconteceu no Flow Podcast, em 24 de setembro, quando um assessor de Marçal, Nahuel Medina, agrediu o marqueteiro de Nunes, Duda Lima, com um soco. As campanhas de ambos os candidatos tentaram se distanciar desses momentos, mas o impacto das agressões se refletiu na percepção do público.