Cansados do improviso e de reivindicar melhores condições de trabalho, professores de Educação Física de rede municipal de Ensino de Praia Grande denunciaram a “péssima” qualidade do material esportivo que tem em mãos para ministrar aulas.
O Diário conversou com duas professoras, cujas identidades foram preservadas. “Nunca vi uma situação tão crítica. A Secretaria de Educação não fornece materiais novos há anos e os que temos estão em condições precárias. Isso afeta diretamente a qualidade do ensino e a segurança dos alunos”, afirma.
A educadora continua: “é desolador ver como a falta de recursos básicos prejudica o desenvolvimento das aulas e dos estudantes. Além disso, a falta de materiais adequados desmotiva os alunos e compromete o engajamento nas aulas. É fundamental que sejam tomadas medidas para resolver essa questão”, afirma.
A professora espera que a situação seja revertida o mais rápido possível, garantindo que os materiais necessários sejam fornecidos para que possa oferecer uma educação física digna.
Outra educadora salienta que os material atual já tem mais de cinco anos. As bolas, por exemplo, já sofreram o processo natural de desgaste. “Algumas perderam o couro e estão com as câmaras de ar expostas. Uma escola vem emprestando material para outra, mas esse processo de troca já não supre as necessidades. Os professores estão tirando do próprio bolso”.
A professora afirma que muitos colegas se afastaram por não suportarem o que vem ocorrendo. Também estamos sofrendo com o fechamento das quadras de forma equivocada. Não estariam sabendo conciliar passagem de ar, com proteção de chuvas e acústica. As quadras seriam quentes e inadequadas.
“Além disso, existe o número grande de alunos em relação ao número de professores. Não tem espaço para fazer as modalidades esportivas de forma correta. O problema dos pombos, então, é de saúde pública”, dispara, informando que a proteção contra as aves não está impedindo que elas defequem no espaço em os alunos se exercitam.
A situação já chegou ao Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Praia Grande, que tem como presidente Adriano Roberto Lopes da Silva, o Pixoxó.
“Os professores alegam que falta material de trabalho e, quando tem, está praticamente sucateado. As quadras esportivas também estão sem manutenção e essa questão já foi até encaminhada ao Ministério Público do Trabalho”, afirma Pixoxó.
O sindicalista confirmou que muitos equipamentos estão sem rede de proteção contra pombos e as aves vivem defecando nas quadras onde crianças fazem educação física.
“Como a Administração pode exigir que os profissionais trabalhem tranquilos diante dessas situações? Onde está o dinheiro destinado à compra de material esportivo?”, questiona.
O presidente do Sindicato disse que está entrando em contato com a Secretaria Municipal de Educação para que os problemas sejam rapidamente solucionados.
Prefeitura
A Secretaria de Educação (Seduc) informa que tem conhecimento das reivindicações feitas e garantiu que o processo licitatório para aquisição de materiais esportivos está em andamento. “A reposição dos equipamentos será feita o mais breve possível”, ressaltou. Quanto à questão estrutural das quadras, a Seduc destaca que estuda medidas para solucionar as situações relativas ao assunto.
No que diz respeito a quantidade de alunos por professora, a pasta municipal salienta que as turmas são formadas de acordo com o nível de escolaridade, ou seja, o mesmo número de alunos da sala de aula. Para pré-escola, quantidade máxima é de até 30 estudantes. Mesmo número para os anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano). Já do 6º aos 9º anos, capacidade é de 35 alunos por turma.
A Administração Municipal enfatiza ainda que tais quantitativos não são ultrapassados pela Secretaria de Educação. Destaca-se também que, assim como constam em normativa interna, ademais, todas as turmas que contam com alunos com deficiência já possuem redução de alunos para favorecer o processo de ensino aprendizagem.