Segundo Valdemar Costa Neto, houve “desconformidades irreparáveis de mau funcionamento” em modelos antigos
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, pediu a anulação de votos em parte das urnas de modelos antigos (anos de 2009, 2010, 2011, 2013 e 2015) nas Eleições 2022 em coletiva de imprensa nesta terça-feira (22).
Segundo ele, o partido e o presidente Jair Bolsonaro (PL) já entraram com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em uma chamada Representação Eleitoral para Verificação Extraordinária.
Segundo ele, esses modelos tiveram “desconformidades irreparáveis de mau funcionamento”. Os problemas estariam nos “logs de urna”. No total, essas urnas com supostas falhas representam mais de 350 mil.
“Todas as urnas dos modelos de fabricação UE2009, UE2010, UE2011, UE2013 e UE2015 apontaram um número idêntico de LOG, quando, na verdade, deveriam apresentar um número individualizado de identificação”, aponta o documento.
Apenas as urnas modelo UE2020 seriam perfeitamente auditáveis. Elas equivalem a 40,82% das urnas utilizadas. Nesse recorte, o Bolsonaro teria 51,05% dos votos, ou seja, diferente do resultado apontado pelo TSE que mostrou vitória do ex-presidente Lula com 50,90% dos votos apurados na eleição do dia 30 de outubro.
O pedido dos membros do PL é embasado pelo laudo técnico de auditoria feito pelo Instituto Voto Legal (IVL), contratado pelo partido, e assinado pelo advogado Marcelo Luiz Ávila de Bessa. Esse documento aponta “evidências contundentes de mau funcionamento de urnas eletrônicas”.
Neto disse ainda que o relatório não expressa a opinião do partido ou da coligação de Bolsonaro, mas sim o resultado de estudo elaborado por especialistas.
Procurado pela agência de notícias Reuters, o TSE não respondeu de imediato a um pedido de comentário.
Opinião
Todos os modelos de urnas utilizados nas eleições brasileiras são auditáveis. O que o presidente do PL quer é levar as eleições no tapetão, criando dúvidas sobre as urnas que não existem. Não ganharam nas urnas e agora querem descartar o resultado de 350 mil urnas para dar a vitória a seu candidato. Esse é mais um passo para o golpe que o TSE e nem a justiça devem permitir. Aliás essa é uma mentira que circula a anos em grupos de WhatApp de bolsonaristas golpistas que os modelos de urnas anteriores a 2020 não são auditáveis. Mas essa é uma mentira porque todos os modelos de urnas são auditáveis e passaram por auditoria antes de chegar as sessões eleitorais.
Resposta do TSE sobre essas fakenews sobre urnas de modelo não auditáveis
Todas as urnas eletrônicas usadas nas eleições de 2022 foram fiscalizadas e auditadas. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) faz auditorias nas urnas desde 2002, diferentemente do que informa a mensagem.
O órgão desmente a suspeita de fraude eleitoral. “Não é verdade que os modelos anteriores das urnas eletrônicas não passaram por procedimentos de auditoria e fiscalização. Os equipamentos antigos já estão em uso desde 2010 (para as urnas modelos 2009 e 2010) e todos foram utilizados nas Eleições de 2018”, afirma o tribunal, em comunicado.
A Justiça Eleitoral ainda pontuou que “esses modelos de urna já foram submetidos a diversas análises e auditorias, tais como a Auditoria Especial do PSDB em 2015 e cinco edições do Teste Público de Segurança (2012, 2016, 2017, 2019 e 2021)”. No último relatório do Teste Público de Segurança, apresentado em maio deste ano, não foi identificado possibilidade de fraude nas urnas testadas.
Também foram realizadas fiscalizações nas eleições deste ano para garantir a segurança dos equipamentos.
O teste de integridade, realizado após o primeiro turno e divulgado no dia 6 de outubro, não apresentou divergências. Ele foi feito nos tribunais regionais eleitorais no dia da eleição e verificou se o resultado de votos feitos em papel era o mesmo registrado na urna eletrônica.
Ainda no primeiro turno o TSE também realizou um teste de autenticidade, que avaliou se os programas inseridos nas urnas eletrônicas são os mesmos desenvolvidos pela Justiça Eleitoral. O procedimento foi monitorado por representantes de partidos políticos, do Ministério Público e da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Outra auditoria foi feita ainda no primeiro turno pelo TCU (Tribunal de Contas da União) nos Boletins de Urna. O resultado, divulgado em 27 de outubro, apontou que cerca de 4,5 milhões de informações foram comparadas e nenhuma divergência foi encontrada.
Fonte: Noticias Agricolas