Quatro dias após um forte temporal que atingiu a Grande São Paulo, cerca de 220 mil imóveis permanecem sem energia elétrica. A situação é crítica, principalmente na capital paulista, onde a concessionária Enel Distribuição SP informou que, até a última terça-feira (15), ainda havia 147 mil imóveis sem fornecimento de luz. O evento climático, que ocorreu na última sexta-feira (11), causou estragos significativos na região, resultando em mortes e interrupções nos serviços básicos.
Prefeitura de São Paulo Toma Medidas Legais
Diante da persistente falta de energia, a Prefeitura de São Paulo decidiu agir e ingressou com uma ação civil pública no Tribunal de Justiça na segunda-feira (14). O objetivo é que a Enel restabeleça imediatamente a energia elétrica nos pontos afetados pelo apagão, sob pena de multa de R$ 200 mil em caso de descumprimento da determinação. A ação ainda aguarda análise da Corte.
A concessionária, por sua vez, afirmou que, em acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), se compromete a restabelecer o fornecimento de energia a todos os clientes dentro de um prazo de três dias. A situação, no entanto, continua preocupante, especialmente com o aumento da demanda por energia devido ao calor intenso nos últimos dias.
Resposta da Enel e Medidas Emergenciais
Para amenizar os impactos da falta de energia, a Enel disponibilizou 500 geradores, sendo 40 de grande porte, para atender serviços essenciais, como hospitais. Esses geradores são cruciais para o funcionamento de equipamentos hospitalares que dependem de eletricidade. No entanto, a empresa enfrenta desafios significativos para restaurar o fornecimento normal de energia em toda a região.
A Defesa Civil informou que, além da falta de energia, sete pessoas perderam a vida em decorrência do temporal, ressaltando a gravidade da situação. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) também confirmou que 48 semáforos permanecem apagados devido à falta de energia, agravando ainda mais o trânsito nas vias da capital.
Impactos na Educação e na Segurança Pública
A situação não afeta apenas a vida cotidiana dos moradores, mas também tem repercussões significativas no setor educacional. Ao todo, 150 escolas foram impactadas pelo temporal, e 68 delas continuam sem energia, conforme informações da Secretaria Estadual da Educação. A falta de luz nas escolas impede o funcionamento adequado e compromete o aprendizado dos alunos.
Além disso, a insegurança se torna uma preocupação crescente, pois a ausência de iluminação pública e a falha nos semáforos aumentam os riscos de acidentes e crimes nas ruas da cidade. A ação da Prefeitura e a resposta da Enel são medidas essenciais para mitigar esses problemas, mas a rapidez na recuperação do fornecimento de energia é crucial para a restauração da normalidade na vida dos paulistanos.
A crise energética em São Paulo, que afeta centenas de milhares de moradores, destaca a necessidade urgente de ações rápidas e eficazes por parte das autoridades e das concessionárias de serviços públicos. Enquanto a Enel busca restabelecer a energia, a pressão da Prefeitura e da sociedade civil é um indicativo de que a população não aceitará mais atrasos e promessas não cumpridas. O futuro da gestão de serviços públicos em situações de emergência será avaliado com base na eficiência e na responsabilidade assumida agora.